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Covid-19

Ex-director Nacional da Saúde diz que “situação de alerta” por mais três meses não faz sentido

O especialista em Saúde Pública e ex-director Nacional da Saúde, Artur Correia, considera que “não faz sentido” a decisão do Governo em alargar para mais três meses, a Situação de Alerta Epidemiológica que vigora em todo o território nacional. Assim, aconselha o país a “mudar o chip” e estar cada vez mais perto da retoma já que as condições estão criadas para isso.

Cabo Verde voltou à situação de alerta no passado dia 6 de Março, uma vez que, no entender do Governo, “a evolução positiva que o quadro epidemiológico tem registado a nível nacional por si só ainda não garante o nível de segurança e proteção sanitária que se deseja face à possibilidade real do surgimento de mutações e de novas variantes do SARS-CoV-2 pelo que, a par da necessidade de intensificação da campanha de vacinação, particularmente da dose de reforço, importa manter o nível de restrições ainda que mínimas”, conforme publicado no Boletim Oficial de 4 de Março.

As medidas anunciadas, por um período de três meses, “não fazem sentido” tendo em conta o quadro epidemiológica que o país apresenta hoje, no que diz respeito à taxa de incidência de covid-19, defendeu esta segunda-feira,11,o especialista em Saúde Pública, Artur Correia, em entrevista à RCV.

Mudar o chip

O ex-Director Nacional da Saúde afirmou que Cabo Verde precisa “mudar de chip” e estar cada vez mais virada para a retoma.

“A gente foi muito maltratada pela covid-19 e, felizmente, conseguimos reagir e aguentar muito bem e tivemos uma óptima prestação em relação à pandemia até este momento. Mas, temos que mudar o chip porque o chip agora não é a covid-19. Vamos manter a vigilância epidemiológica nacional e internacional mas eu penso que precisamos mudar ainda mais o chip, portanto, virar, cada vez mais para a retoma e não para a covid-19”, aconselhou.

Esta não é a primeira vez que Artur Correia fala em “mudar de chip” quando o assunto é covid-19.

Para este especialista em Saúde Pública, este alargamento não faz sentido já que “as grandes medidas já foram levantadas quase todas, o que é bom porque o país precisa respirar a retoma, cada vez mais”.

“Honestamente, penso que renovar a situação de alerta para mais três meses é um bocado exagerado. Poderia ser mais curto, renovar-se de 15 em 15 dias, por exemplo, conforme a situação”, justificou.

A boa taxa de vacinação e a imunidade adquirida pela Ómicron são, para Artur Correia, motivos suficientes para medidas por um período mais curto.

“Estamos bem, temos um país com uma boa taxa de vacinação. Para além disso, temos uma imunidade que foi adquirida através da infeção, olhando portanto a infeção da ómicron que foi largamente espalhada na população, pelo que existe já uma imunidade. Portanto, as condições favoráveis estão todas criadas para que a situação de alerta seja mais curta”, defendeu.

C/RCV

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