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Desporto

Eliana Vasconcelos: Campeã de Ginástica Rítmica pede mais valorização da modalidade 

Eliana Silva Vasconcelos, 18 anos, tem vindo a destacar-se na Ginástica Rítmica em Cabo Verde. Já conquistou várias títulos de campeã regional e nacional, tendo ainda participado em campeonatos internacionais. Na semana em que se assinalou o Dia Internacional do Desporto deixa um apelo para que esta modalidade seja mais valorizada.

Natural de São Vicente, Eliana Silva Vasconcelos, estudante, tinha quatro anos quando começou a praticar Ginastica Rítmica.
Hoje, já lá vão 14 anos de entrega a esta “paixão” que, conforme recorda a nossa entrevistada, começou por influência da avó, Eduarda Vasconcelos, responsável do clube Mindelgina. 

Segundo conta, quando começou, era só uma “diversão” por ser ainda muito pequena, mas, com o tempo, começou a empenhar-se e a desenvolver mais flexibilidade, enfim, a progredir e a participar em campeonatos. 

Primeiro campeonato aos sete anos de idade
“Participei, pela primeira vez, num campeonato, aos sete anos, tendo alcançado o terceiro lugar. Fiquei um pouco desapontada, pelo que prometi a mim mesma, e à minha mãe, que, nos próximos campeonatos, haveria de arrebatar o primeiro lugar. E assim aconteceu, tendo-o conseguido, ao longo do meu percurso, em campeonatos regionais, nacionais em várias categorias”, recorda orgulhosa. 

Ao longo da sua caminhada, como ginasta, Eliana Vasconcelos conta que houve vários momentos marcantes, nomeadamente a sua participação em campeonatos internacionais nas Canárias e no Egipto.

Mais do que um desporto, uma arte
Apesar de já ter praticado outras modalidades, nomeadamente o vólei, é com a ginástica rítmica que Eliana se diz identificar mais, ao ponto de a considerar a sua “paixão”.

“A Ginástica Rítmica é um desporto que me ajuda muito no dia-a-dia. Ela alivia o stress da escola e, normalmente, é considerado um desporto diferente porque envolve ritmo, flexibilidade, e isso é o que mais me fascina, que me leva a gostar. Para mim, é mais do que um desporto, é uma arte, uma paixão que tenho vindo a desenvolver cada vez mais principalmente por influência da minha avó, minha mãe e os meus treinadores”.

Actualmente, a ginástica rítmica, tal como os estudos, ocupa um lugar importante na vida desta jovem que acredita que, com uma boa gestão do tempo, e encarando ambas com seriedade e responsabilidade, há espaços para as duas actividades e nenhuma acaba por prejudicar a outra, como muitos acreditam, erradamente.

O sonho de participar nos jogos olímpicos
Eliana Vasconcelos sonha participar nos jogos olímpicos, mesmo sabendo que é difícil, dado que a ginástica rítmica não é das modalidades desportivas mais apoiadas e valorizadas no país.

“Acredito que o sonho de todos os atletas é competir nos jogos olímpicos, mas, infelizmente, tendo em conta a minha experiência, nunca vi muito apoio para esta modalidade no nosso país, exceptuando o dos familiares e do clube, e isso acaba por colocar limites nos nossos sonhos e ser desmotivador”.

Assim sendo, estando prestes a terminar os estudos liceais, a nossa entrevistada confessa que pretende seguir uma outra carreira, que não o desporto, mas promete não abandonar a ginástica rítmica, ensinando o que aprendeu ao longo de todos estes anos.

“Tendo em conta a nossa realidade, pretendo prosseguir os estudos noutra área. Ao mesmo tempo, quero e espero poder continuar a praticar desporto. Acredito que, mesmo quando estiver formada, poderei dar continuidade ao legado da minha avó, lutando neste caso para que o Mindelgina chegue mais longe do que algum dia já esteve”.

Apelo à prática do desporto
Em alusão ao Dia Mundial da Actividade Física e Dia Internacional do Desporto, assinalado, quarta-feira, 6 do corrente mês, Eliana Vasconcelos apela a todos os cabo-verdianos a praticarem desporto.

“Eu gostava que todo a população, principalmente os jovens, aderisse ao desporto, que todos os cabo-verdianos pudessem experimentar, pelo menos, a prática de uma modalidade desportiva, de acordo com os seus gostos. Por experiência própria, recomendo vivamente a prática do desporto porque ela abre a nossa mente, ajuda-nos no nosso dia-a-dia, no nosso desempenho, e acima de tudo contribui tanto para a nossa saúde mental como a física”.

Por: Louisene Lima

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 762, de 07 de Abril de 2022

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