O responsável da comunidade terapêutica Fazenda da Esperança, Padre Ronaldo Lima, disse que o processo de cedência de São Jorginho, na Cidade da Praia, para a recuperação de usuárias de substâncias psicoativas está a caminhar, embora a “passos muito lentos”, queixando-se da burocracia que, segundo ele, é “grande”.
“A coisa [processo] caminha muito lentamente e estamos no aguardo que isto aconteça”, lamentou o missionário brasileiro Ronaldo Bernardo Lima, que veio a Cabo Verde para tomar conta deste projecto, visando recuperar homens e mulheres usuários de substâncias psicoativas.
Em Janeiro de 2021, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, por ocasião da condecoração da Fazenda da Esperança com a Medalha de Mérito, prometeu disponibilizar o complexo de São Jorginho, na Praia, para que o padre Ronaldo Bernardo construísse uma Fazenda de Esperança para as meninas.
À Inforpress, a ministra da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares, Filomena Gonçalves, avançou que “já há decisão de cedência do espaço, conforme prometido”.
Parceiros
Para a governante, as igrejas são “parceiras fundamentais e sobretudo a Fazenda Esperança está a fazer um trabalho excelente na sua área de actuação”.
“Temos a certeza que toda esta parceria contribui para o bem-estar das pessoas beneficiárias”, indicou a ministra, que faz a ligação entre as entidades religiosas e o Governo.
Neste momento, aquele complexo, que outrora formou centenas de jovens, nos mais diversos ramos profissionais, encontra-se abandonado, conforme constatou, no local, a reportagem da Inforpress.
Entretanto, o responsável da Comunidade Terapêutica Fazenda da Esperança está expectável que a promessa do Governo se concretize.
“Tenho esperança, sobretudo agora que há outras pessoas envolvidas que querem ajudar e fazer acontecer”, afirmou Ronaldo Lima.
Ocupação indevida
Além da documentação para poderem avançar com o projecto, o responsável espera que o Executivo resolva o problema da “ocupação indevida” do Centro de Jorginho por parte das pessoas.
“Como o prédio está abandonado há muitos anos, algumas pessoas que precisam, entraram lá e estão fazendo as suas hortas”, comentou, acrescentando que este problema deve ser resolvido pelo Governo antes de iniciarem qualquer trabalho, porque, sublinhou, “não queremos ser causa da discórdia”.
No Brasil, segundo disse, já existe uma equipa de missionárias prontas para vir a Cabo Verde administrar o Centro Feminino de São Jorginho.
A localidade de São Jorginho dispõe de água, embora não muito abundante como outrora, mas suficiente para o desenvolvimento da prática agrícola e criação de gado, com vista a tornar o centro auto-sustentável.
A “Fazenda da Esperança” foi inaugurada a 28 de Janeiro de 2018, pelo bispo da Diocese de Santiago, o cardeal Arlindo Furtado.
C/ Inforpress