O embaixador dos Estados Unidos da América, em Cabo Verde, disse hoje, na cidade da Praia, que a negociação para a compra/venda de terreno para edificação da nova embaixada, apesar de ter sido “complexa”, foi feita com “transparência”.
Jeff Daigle deu este esclarecimento em declarações à imprensa, quando questionado sobre como vê o conflito originado com a demolição do campo de ténis da Várzea e as manifestações que tem gerado.
“Nós não temos conhecimento de qualquer acordo entre a Câmara Municipal da Praia e o Clube de Ténis. Quando compramos o terreno não estávamos cientes de qualquer acordo entre as duas partes”, disse, sublinhando que qualquer reclamação deve ser discutida entre as duas instituições, uma vez que a embaixada não faz parte deste acordo.
Questionado pelos jornalistas sobre esta polêmica, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, respondeu que, na governação da coisa pública, “conflito e consenso andam lado a lado”.
“É uma situação normalíssima, pois trata-se de uma situação da governação da cidade que é pertença de todos”, asseverou, sublinhando, no entanto, que a situação que se vive hoje vai ter uma saída para que seja lembrada daqui a 500 anos.
Serenidade
O autarca da Praia afirmou ainda que a câmara municipal vai emitir um comunicado com toda a serenidade, para fazer cobro ao sentido de Estado que a situação exige.
A demolição do Clube de Ténis na Praia aconteceu no dia 05 de Abril.
Com a cedência dos terrenos do Clube de Ténis para a construção da Embaixada dos EUA, existe um contrato para a construção de novas instalações do clube na zona do Palmarejo, assinado pelo executivo anterior liderado por Óscar Santos.
O mesmo documento, segundo o presidente da direcção do clube, António Pedro Borges, “estabelecia que nenhuma acção seria empreendida nas suas instalações antes da construção e entrega ao clube de novos courts completamente equipados”.
Em 2019, a câmara da Praia tinha prometido dotar a cidade de uma nova instalação de Clube de Ténis, com quatro campos para a prática da modalidade e instalação de apoios, para que a capital pudesse dar um “salto enorme” na modalidade.
O projecto, segundo o então autarca, Óscar Santos, estava “praticamente concluído”, faltando apenas o lançamento do concurso público para que os campos pudessem iniciar em finais de Janeiro e início de Fevereiro entre os bairros de Cidadela e Palmarejo.
C/ Inforpress