Dino d’Santiago sobe hoje ao emblemático palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para um concerto de apresentação oficial do seu álbum mais recente, “Badiu”. O trabalho, editado em novembro do ano passado, aborda “um conjunto de canções inspiradas na jornada do povo Badiu do interior da ilha de Santiago até às metrópoles da América e Europa, até à minha Quarteira umbilical”, como chegou a retratar o cantor luso-cabo-verdiano.
Neste álbum, editado a 27 de novembro de 2021, depois de Kriola e Mundo Nobu, Dino D’Santiago enaltece, mais do que nunca, o ‘batuku’ e o funaná, sons de Cabo Verde “que resistiram à opressão”, tal como os ‘badius’, símbolo de resistência e resiliência, ainda numa versão mais eletrónica e cosmopolita.
Na altura da sua edição, o artista de origem cabo-verdiana nascido em Quarteira, Portugal, disse em entrevista à Lusa que este novo trabalho é uma homenagem às pessoas resistentes, aquelas escravizadas pelos portugueses que se apropriaram do nome “badiu”, a partir do final do século XX, como símbolo de resistência e de resiliência.
12 faixas
O processo de criação deste álbum, segundo contou, aconteceu durante quatro semanas numa casa na zona de Sintra, onde o artista juntou produtores, a família, músicos e técnicos, que iam “estando em sintonia com outros produtores noutros locais”.
Dessa residência artística surgiram 37 canções que destes, foram escolhido “o sumo” que “honrava o badiu”, 12 canções que abordam temas como “o aquecimento global, as guerras, as fugas dos refugiados, as mortes dos mares”.
O trabalho conta com múltiplas colaborações de criolos e não só de várias gerações e sonoridades.
“Todas essas narrativas fizeram parte do disco, ao mesmo tempo que havia uma crença maior, o Lucas (filho do músico, que nasceu em 2021), que simbolizava a esperança e a responsabilidade de ter que fazer de tudo para que ele cresça num mundo mais justo e mais unido”, afirmou o artista na altura.
“Badiu”, agora apresentado oficialmente ao público, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, se traduz a “um conjunto de canções inspiradas na jornada do povo Badiu do interior da ilha de Santiago até às metrópoles da América e Europa, até à minha Quarteira umbilical”, conforme disse à RTP em entrevista.
O concerto marca ainda a primeira apresentação de Dino d’ Santiago com nome próprio.