Familiares de uma idosa da Boa Vista, transferida de barco para São Vicente, via Sal e São Nicolau, dizem-se “indignados” com o processo de evacuação e pedem às autoridades medidas urgentes para a melhoria das condições de saúde na ilha.
Esta indignação foi manifestada por um dos filhos da idosa, Vitalino Delgado, sobre o processo de evacuação médica da mãe, que partiu na quinta-feira, 31, da ilha da Boa Vista, ao final da tarde, e chegou em São Vicente na sexta-feira, 1 de Abril, para tratamento após 24 horas de viagem via as ilhas do Sal e São Nicolau.
Conforme explicou Vitalino Delgado, citado pela Inforpress, a mãe, Maria Salomé, de 85 anos, teve que ser levada de imediato para o centro de saúde da ilha da Boa Vista, devido a uma queda que teve em casa, no passado domingo, 27.
Evacuação com urgência
Após dar entrada no hospital, a médica que se encontrava de serviço confirmou com exames médicos que Maria Salomé havia partido uma perna e que um processo de evacuação médica teria que ser realizado, com urgência, prosseguiu o filho da idosa.
Posto isto, acrescentou, na segunda-feira, 28, deu a conhecer o caso ao delegado de saúde da ilha, Elton Brito da Luz, que, a seu ver, poderia ter no mesmo dia enviado o processo de evacuação ao INPS, para que a paciente viajasse no voo do dia seguinte, terça-feira, 29, para a cidade da Praia.
“O delegado de saúde não teve a hombridade de agilizar o processo o mais rápido possível”, disse, explicando que sob garantias de haver condições de transferência de doentes na companhia aérea, a família se prontificou a levar a mãe para a cidade da Praia, na terça-feira, 29.
“Insucesso” na evacuação aérea
Entretanto, conforme avançou, mais tarde, segundo informações da médica que atendeu Maria Salomé, a idosa teria que viajar de barco. E, perante o “insucesso” na evacuação via aérea, o responsável de saúde na ilha também sugeriu que a transferência fosse via marítima.
Vitalino Delgado afirmou ainda que a família, apesar de ter conhecimento de que havia condições para se efetivar a evacuação no barco, estava reticente porque a viagem seria longa e dura, sobretudo para uma idosa com perna fraturada.
“É impressionante como é possível uma idosa viajar naquelas condições e temos de aceitar porque são normas”, disse, lamentando que “não lhes restava outra opção”.
Críticas às autoridades
E por este ser um caso repetitivo e com outros ainda mais graves, a mesma fonte teceu críticas às autoridades, direcionando-as ao poder central e local.
“Em termos de saúde, a ilha deixa muito a desejar, e isto tem que chegar ao conhecimento do Ministério da Saúde que tem que tomar medidas urgentes para mudar as condições neste sector na ilha”, apelou, verificando que “não se pode continuar a engolir peixe pelo rabo”.
O caso, recorde-se, já havia sido criticado, igualmente, pelos eleitos municipais daquela ilha.
C/Inforpress