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Política

PP quer redução de impostos para combater a crise

O líder do Partido Popular (PP) reconheceu, esta terça-feira, 29, que o Governo fez “alguma coisa” para mitigar a crise em Cabo Verde, mas disse que podia tomar medidas de âmbito fiscal, “reduzindo certos impostos, nomeadamente o IVA nos bens de primeira necessidade”.

“Os bens de primeira necessidade, que muitas vezes são sobrecarregados com o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), pensamos que uma redução seria uma medida benéfica”, lançou Amândio Barbosa Vicente, para quem o IVA sobre os combustíveis devia ser reduzido, citando Portugal como exemplo nesta matéria.

Para o presidente dos populares, em entrevista à Inforpress, o aumento do preço dos combustíveis é “sinónimo de mais receitas a entrar nos cofres públicos” e, por outro lado, significa “mais dificuldade para as pessoas”.

“Temos um Governo que anda na contramão do que era necessário ser feito, desde o tempo da crise sanitária”, disse, apontando que Cabo Verde tem um “governo gordo”, ou seja, um executivo com “ministros e secretários de Estado a mais”.

No dizer de Amândio Barbosa Vicente, a “gordura” não está apenas no Governo, mas também no Parlamento, que conta com 72 deputados.

“Portugal com 11 milhões de habitantes tem 230 deputados, enquanto Cabo Verde com meio milhão de pessoas possui 72 deputados”, frisou, acrescentando que, aplicando a regra de três simples e fazendo o rácio Cabo Verde Portugal, este país europeu “teria de ter 1400 deputados”.

Redução de gastos

A racionalização dos gastos públicos, sublinhou, são medidas de fundo que o Governo e os deputados deviam implementar.

Relativamente à medida anunciada pelo executivo de Ulisses Correia e Silva no sentido de uma melhor fiscalização sobre o uso das viaturas do Estado, Barbosa Vicente entende que “isto é papo para o boi dormir”.

“Trata-se de uma medida para jogar areia nos olhos das pessoas e enganá-las de que o Governo está a tomar alguma medida face à crise”, comentou o líder do PP.

Insiste que o que Ulisses Correia e Silva podia fazer era “reduzir” o seu elenco governamental e outras estruturas do Estado e, consequentemente, defendeu, se estaria a reduzir o número de viaturas a circular.

Segundo este dirigente político, o Governo tem aumentado a sua estrutura com mais directores, ou seja, conforme revelou, “todos os perdedores das eleições municipais são encaixados na estrutura do Estado”.

Instado sobre a situação na Ucrânia, considera que esta guerra é um “horror e não devia ter acontecido”.

Na sua perspectiva, a democracia tem de ser uma realidade e não apenas uma fantasia.

“Uma democracia em que apenas um grupo de pessoas vive bem e a grande maioria vive na pobreza extrema. É isto que faz com que as coisas não andem bem no mundo”, fundamentou Barbosa Vicente.

 Em Cabo Verde, terminou, há uma guerra implícita. “Um grupinho de pessoas vive bem, enquanto a grande massa da população vive na miséria, com privação de tudo que é necessário, como habitação, saúde, segurança pública e justiça”, lamentou.

C/ Inforpress

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