O embaixador da Rússia nas Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, anuncia que não levará à Votação, nesta sexta-feira, 18, a sua Proposta de Resolução “Humanitária” sobre a Ucrânia, um Projecto que, segundo diplomatas, estava já “condenado”.
“Decidimos, nesta Fase, não pedir uma Votação sobre o nosso Projecto, mas não estamos a retirar o Projecto de Resolução”, indicou o Embaixador Russo, em declarações no Conselho de Segurança da ONU – citadas pelo portal jn.pt.
Ainda segundo Nebenzya, a Rússia aproveitará para pedir, para a manhã desta sexta-feira, 18, uma Reunião de Emergência, para discutir, novamente, alegados “Laboratórios Biológicos” na Ucrânia, afirmando ter “novas provas” para apresentar.
A Resolução “Humanitária” sobre a Ucrânia, elaborada pela Rússia, foi visto por vários Diplomatas como uma “hipocrisia”, tendo em conta que foi a própria Rússia a causar “esta Guerra Ilegal”, e que, pela falta de apoio, o Projeto estaria condenado ao fracasso.
O Embaixador Albanês, Ferit Hoxha, afirmou que a Resolução Russa é da “maior hipocrisia, do tamanho da Rússia”, e “deveria estar no ‘Livro de Recordes do Guinness’”.
Por seu turno, a Embaixadora dos Estados Unidos da América na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse ter “ficado momentaneamente satisfeita”, ao saber que os Russos retiravam de Votação a “sua ridícula Resolução Humanitária, que estava condenada ao fracasso”.
“Sabemos que, se a Rússia realmente se importasse com as Crises Humanitárias – aquela que criou -, poderia simplesmente parar os seus Ataques ao Povo da Ucrânia”, vinca.
“Mas, em vez disso, a Rússia quer convocar outra Reunião do Conselho de Segurança, para usar este Conselho como um local para a sua desinformação e para promover a sua Propaganda”, acrescentou a Diplomata Norte-Americana.
Thomas-Greenfield referia-se a uma Sessão Extraordinária do Conselho de Segurança, que decorreu na semana passada, a pedido da Rússia, que aproveitou o Espaço para alegar que a Ucrânia “possui dezenas de Laboratórios Biológicos Experimentais Perigosos”, para criar agentes patogénicos, alegadamente financiados pelo Governo Norte-Americano.
Na Ocasião, a Rússia foi acusada de convocar o Conselho de Segurança da ONU, para difundir Propaganda Favorável ao Kremlin.
Troca de galhardetes
Vasily Nebenzya afirmou que recebeu denúncias de Aliados de que estariam a ser pressionados para não apoiar a sua Resolução Humanitária sobre a Ucrânia.
No discurso, o Embaixador Russo acusou, ainda, os Países Ocidentais de “alimentarem este Conflito”, citando “o Armamento e o Apoio Financeiro Multi-Milionário”, enviados pelos EUA à Ucrânia.
Vários dos Diplomatas que discursaram, quinta-feira, 17, no Conselho de Segurança da ONU, frisaram que cabe apenas à Rússia “travar a matança”, que está a acontecer na Ucrânia.
“A Rússia é responsável pelo sofrimento que infligiu à Ucrânia e mais além. Só a Rússia pode acabar com esta Guerra. (…) Se a Rússia realmente quisesse proteger mulheres e crianças, retiraria as suas Tropas da Ucrânia e acabaria com essa Invasão Ilegal hoje”, apelou a embaixadora do Reino Unido da ONU, Barbara Woodward.
A Guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 23.º dia, já causou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares.
Embora admitindo que “os números reais são consideravelmente mais elevados”, a ONU avança para quase 800 mortos e mais de mil e 200 feridos entre a População Civil, incluindo várias dezenas de crianças.
Em 25 de Fevereiro, um dia depois do Começo do Conflito, 11 dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU votaram a favor de um Texto a condenar a Invasão da Ucrânia, com o Veto da Rússia.
Dias depois, a 2 de Março, a Assembleia Geral da ONU, por uma Votação Maciça de 141 Votos a Favor, pediu a Moscovo que terminasse a sua Ofensiva.
Lembrete
O Conflito na Ucrânia começou no passado dia 24 de Fevereiro, após o Presidente Russo, Vladimir Putin, autorizar a Entrada de Tropas naquele País do Leste Europeu.
A Invasão culminou com ataques por ar, mar e terra, com diversas Cidades bombardeadas, inclusive a Capital Kiev.
É “a Maior Operação Militar” dentro de um País Europeu, desde a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 a 1945.
A Ofensiva Russa provocou Clamor Internacional, com Reuniões de Emergência realizadas e previstas em vários Países, e pronunciamentos de diversos Líderes espalhados pelo Mundo, condenando o Ataque Russo à Ucrânia.
Em razão da Invasão, países como EUA, Reino Unido e o Bloco da União Europeia anunciaram Sanções Económicas contra a Rússia.
A Invasão ocorreu dois dias após o Governo Russo reconhecer a Independência de dois Territórios Separatistas, no Leste da Ucrânia – as Províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos “Nazistas”.
Outros motivos de Putin pela Invasão na Ucrânia dão-se pela aproximação do País ao Ocidente, com a possibilidade de fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte – Aliança Militar Internacional -, e da União Europeia, além da ambição de expandir o Território Russo, para aumentar o Poder de Influência na Região.