O Presidente da Câmara de Comércio de Barlavento, Jorge Pimenta Maurício, defendeu uma abordagem sistémica e protetora, que reduza os efeitos da crise no Leste Europeu. Em Cabo Verde, avançou, todos os sectores da actividade económica estão a sofrer os efeitos devastadores da guerra na Ucrânia.
“As empresas já começam a sentir o peso, muitas delas, até na dificuldade de identificar fornecedores, outras na dificuldade também de comprar, porque alguns produtos começam a escassear no mercado internacional e, isto, para um país que é eminentemente importador, que praticamente 90 ou 95% daquilo que consome é proveniente do exterior”, indicou Jorge Maurício, em declarações, esta manhã, à RCV.
Uma das soluções para amortecer os impactos da subida de preços e da escassez da oferta de produtos no mercado passa, segundo disse, por diversificar os negócios.
Apesar das adversidades, Jorge Maurício considera que as empresas devem evitar, a todo o custo, a informalidade.
“O Estado, através das instituições, como o sistema bancário, também deve incentivar e promover as empresas que estão legalmente constituídas e que estão formalmente organizadas”, defendeu.
Só uma consciência coletiva, concluiu, pode evitar uma sobrecarga fiscal.
Segurança alimentar em risco
Se a crise na Ucrânia continuar, as consequências para a economia africana, em termos de segurança alimentar e energética, serão muito fortes, conforme análise do economista Agnelo Sanches.
No caso de Cabo Verde, um país que depende da importação, os impactos serão ainda maiores, por causa da inflação, conforme explica o também consultor da CEDEAO.
C/ RCV