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Diáspora

Vida de cabo-verdianos na Cova da Moura retratada em reportagem 

Desde jovens que se mudaram de Cabo-Verde há poucos anos, a pessoas que estão na Cova Da Moura, praticamente a vida toda, e crianças que lá nasceram, veem agora a sua vida retratada numa reportagem da Mensagem de Lisboa. Uma vida diferente, como se constata, diferente, a “anos luz” do que se vive na vizinha Lisboa, estigmatizada pela fama do bairro habitado, quase a 100%, por naturais da ex-colônias portuguesas.

A reportagem, disponível também em crioulo, é  assinada pela jornalista Catarina Reis, que se “infiltrou”, não só no bairro, mas nas próprias residências de várias famílias, para perceber, de perto, a vivência de uma vida dura, através do olhar de amas que dedicam a vida a cuidar de crianças, para que os pais possam trabalhar.

Uma das protagonistas da história é Emília, 58 anos, que chegou em Cova da Moura em 1978, com apenas 12 anos.

Começou a viver numa barraca e hoje vive sob um teto de tijolo e cimento, onde acolhe crianças, enquanto os pais vão trabalhar.

Ela e outras 11 mulheres, através de um acordo com a associação Moinho da Juventude. De outra forma, as famílias são obrigadas a escolher entre cuidar das crianças ou ir trabalhar, pois pagar uma ama não cabe nos seus bolsos.  Uma diferença de 96 para 250 euros.

Nilson e Leisa, casal de cabo-verdianos que chegaram a Portugal em 2017, são a prova disso. Antes de conseguirem inscrever a filha na associação, tentaram, durante três meses, pagar os 250 euros, mas não foi suportável. Leisa teve de deixar de trabalhar por meses, até conseguir a vaga.

Dona Lucinda é a que cuida da filha deste casal. Há vinte anos que faz isso, desde que chegou em Cova da Moura, também proveniente de Cabo Verde.

São mulheres que, de forma clandestina e por conta própria, cuidam de crianças, que depois se tornam adultos, debaixo dos seus olhos. Uma segunda mãe.

“Na Cova da Moura, há sempre alguma coisa que parece estar fora do sítio onde nos habituamos a vê-la. Não é só o peixe a ser esventrado na rua. As pessoas sentam-se e conversam entre cadeiras de escritório pousadas cá fora, há mochilas erguidas no topo das chaminés, e almofadas a passear na moleira da cabeça de mulheres, que o fazem quase de forma heroica”, lê-se na reportagem, que, para além da vida das amas, retrata outras vertentes várias do dia a dia dos seus habitantes, muitos deles, cabo-verdianos.

A reportagem completa, com um olhar inédito da vida desta bairro “mal afamado”, pode ser lida através do link https://amensagem.pt/2022/03/07/cova-da-moura-amadora-amas-se-eu-nao-existo-as-criancas-vao-sofrer/?utm_medium=email&mc_cid=40aa77ee2c&mc_eid=0cd6d23575.

C/A MENSAGEM

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