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Política

Guerra na Ucrânia: JMN apela à moderação na gestão de recursos, prevendo tempos difíceis

O Presidente da República apelou, esta quinta-feira, 10, a que os cabo-verdianos e instituições públicas e privadas tenham moderação na gestão dos bens, para que o país possa fazer face “aos tempos mais difíceis que se avizinham”.

José Maria Neves, que falava aos jornalistas, após conferir posse aos novos órgãos superiores da sociedade nacional da Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV), instou a instituição e todas as outras públicas e privadas, a prepararem-se para os desafios futuros, prevendo que a guerra desencadeada na Ucrânia irá tornar a conjuntura “ainda muito mais difícil”.

O chefe de Estado instou as famílias, empresas, instituições, poder central e local no sentido de adoptarem “a cultura da poupança e evitar o consumismo”, tendo em vista a crise que o país tem vindo a enfrentar por efeito dos três anos consecutivos de seca, da pandemia da covid-19 e da invasão russa à Ucrânia.

“Temos de ter aqui uma postura absolutamente pedagógica quanto ao futuro”, explicou, indicando que as consequências ainda são inimagináveis, e que ainda vai haver aumento e problemas na distribuição de determinados bens essenciais como o milho, o trigo e fertilizantes.

Cruz Vermelha

José Maria Neves enalteceu o trabalho “extraordinário” que a Cruz Vermelha de Cabo Verde tem feito ao longo desses anos, mas apelou a instituição a fazer “uma gestão criteriosa” e gerir “com cuidado” os bens colocados à sua disposição.

“Temos de ter consciência que estamos numa conjuntura muito difícil e agora a guerra na Europa que vai por um lado encarecer as matérias primas, vai despoletar uma escalada de aumento de preços generalizado e vai ter consequências também a nível de bens alimentares, e sendo um País extremamente vulnerável temos de cuidar da nossa segurança alimentar”, constatou.

Nesta mesma linha, apelou a Cruz Vermelha a gerir com “muito cuidado” os bens que são colocados à sua disposição, nomeadamente as receitas provenientes da concessão dos jogos sociais.

Perante as mudanças geopolíticas em curso, o Presidente da República considerou que Cabo Verde, como um País pequeno, deve posicionar-se “de forma inteligente” e adaptar-se às alterações que estão a acontecer.

Por outro lado, encorajou ainda a Cruz Vermelha, juntamente com demais instituições afins, a se empenhar numa “boa política nacional de prevenção de catástrofes”, incluindo, naturalmente, a educação das pessoas, que é “uma vertente essencial para a cidadania”.

A cerimónia contou com a intervenção dos presidentes da Cruz Vermelha de Cabo Verde, de Portugal e do Senegal.

C/ Inforpress

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