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Santiago

Congresso da UNTC-CS avança à revelia de sindicatos e ex-dirigentes

O VIII Congresso da UNTC-CS tem lugar esta quarta-feira, 9 de Março, apesar das vozes contrárias dos sindicatos que fazem parte da Plataforma Unir e Resgatar UNTC-CS, bem como de um grupo de antigos dirigentes da central sindical. Criticada, Joaquina Almeida aponta o dedo à gestão de Júlio Ascensão Silva e promete apresentar documentos. Este último a desafia, por sua vez, a apresentar as contas da sua gestão de mais de 30 anos.

Os dias que antecederam ao VIII Congresso da União Nacional dos Sindicatos de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS), foram marcados pelo clima de crispação e discórdia entre a secretária-geral, Joaquina Almeida, e a Plataforma Unir e Resgatar UNTC-CS, bem como, também, com um grupo de antigos dirigentes, que pediram a suspensão do evento.

Em causa estão, sobretudo, os «conflitos internos desnecessários e artificiais» criados e o impedimento de participação no congresso, por quota alegadamente em atraso, de membros de órgãos nacionais (Conselho Nacional, Conselho de Disciplina e Conselho fiscalizador de Contas), e de, pelo menos, 10 dos mais representativos sindicatos do país, filiados na UNTC-CS.

Os subscritores do documento, entre os quais Júlio Ascensão Silva (antigo secretário-geral), pediram que o Congresso fosse suspenso, para ser realizado mais tarde, respeitando os estatutos da UNTC-CS.

O mesmo intento foi feito pela Plataforma Unir e Resgatar UNTC-CS, mas sem sucesso, uma vez que uma providência cautelar para impedir a realização do congresso deveria ter dado entrada no tribunal antes da Reunião do Conselho Nacional, que agendou o evento.

Resta agora, segundo o presidente da plataforma, Eliseu Tavares, impugnar o congresso, após a sua realização.

Joaquina Almeida acusa Ascensão Silva

Perante o pedido de cancelamento do congresso, feito por ex-dirigentes, a Secretária Geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, em declarações na manhã de terça-feira, à RCV, prometeu trazer documentos sobre a gestão do antigo dirigente da Central Sindical, Júlio Ascensão Silva, durante os 30 anos a frente da organização.

Joaquina Almeida exortou Ascensão Silva a “ficar caladinho”, ao invés de, segundo disse, atiçar celeumas para dentro da central sindical, acrescentando ainda que o antigo dirigente perdeu a oportunidade de ficar calado, enquanto aguarda pelo veredito do tribunal, sobre a sua gestão de mais de 30 anos.

A acusação estendeu-se ainda a supostas tentativas de influenciar a actual gestão a proveito próprio, e ter usufruído “do bom e do melhor” da central sindical.

“Ela que tenha a coragem de prestar contas”

Procurado pelo A NAÇÃO, Júlio Ascensão Silva revelou-se “completamente tranquilo” em relação à sua gestão à frente da central sindical, e desafiou a secretária geral, Joaquina Almeida, a vir a público apresentar os documentos que alegadamente tem a seu desfavor.

 “Eu fico a aguardar tranquilamente essa sua entrevista com os tais documentos que diz ter e só espero que seja com uma auditoria com que me ameaçou, e que estou a aguardar há mais de cinco anos”, indicou, acrescentando que, se a intenção da SG é fazer calar a sua voz, ela pode “tirar o seu cavalinho da chuva”.

Isto porque, segundo disse, as contas dos mandatos em que esteve à frente da UNTC-CS foram todas sempre apresentadas e aprovadas no órgão competente, que é o Conselho Nacional, para além de ter tido sempre o parecer favorável do Conselho Fiscalizador de contas, tudo feito com total transparência, “ao contrário do que se passa neste momento, em que ela esteve durante todo o seu mandato sem prestar uma única conta ao Conselho Nacional”.

Desafia-a, igualmente, a ter a coragem de apresentar publicamente aquilo que herdou da sua gestão, quer em termos patrimoniais, quer em termos financeiros, e que preste contas ao Conselho Nacional.

Esta é uma matéria para conferir na íntegra, na edição desta semana do Jornal A Nação, disponível amanhã, quinta-feira, 10.

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