Décimo Terceiro Dia de Conflito. No momento em que decorre a Invasão Russa da Ucrânia, a União Europeia (UE) paga, diariamente, perto de 260 milhões de Euros pelas Importações de petróleo do país de Vladimir Putin.
De acordo com um Relatório publicado pela Organização Ecologista “Transport & Environment” (T&E) – citado pelo portal jn.pt -, numa altura em que decorre a Invasão Russa da Ucrânia, aliada à incerteza de como as Sanções da UE contra Moscovo vão afectar o Setor Energético, a T&E coloca o montante total das Exportações de Petróleo Bruto Russo para a Europa e o Reino Unido, no ano passado, em 104 mil milhões de Euros, muito mais elevado do que os 43,4 mil milhões de Euros das compras de Gás Natural Russo.
No entanto, a Associação, que apela à UE para levar a cabo um “Embargo Global ao Petróleo Russo”, explicou que a dependência do Continente dos Fornecimentos Russos no seu conjunto, embora significativa, não é intransponível.
No Telatório indica-se que a maioria das Importações de Petróleo da UE é feita através de Petroleiros e Portos, e apenas 4-8 por cento (%) do Fornecimento de Petróleo da Europa provém de Oleodutos Russos, o que significa que é viável obter Petróleo noutros locais, a curto prazo.
No entanto, a Associação diz que a substituição do Crude Russo não resolverá a dependência – a longo prazo – da Europa do petróleo, e apela a medidas de preparação para uma possível ruptura do Mercado Petrolífero, incluindo o aumento dos dias de Tele-Trabalho e dos dias sem carros, bem como o redireccionamento dos Fundos Europeus para impulsionar a compra em massa de Veículos Eléctricos.
A T&E também apela à Melhoria da Eficiência dos Transportes e à Aceleração da Electrificação deste Sector, para reduzir o consumo de Petróleo e evitar a dependência das Importações Russas.
Redução da dependência
A Comissão Europeia quer reduzir em 80% a dependência da Importação de Gás Russo antes de 2030, através de um Plano, que será apresentado, esta terça-feira, 8 – noticia a “Bloomberg”.
O plano contém medidas que prevêem aumento da Eficiência Energética e Novas Formas de Abastecimento. “Penso que podemos apresentar, esta terça-feira, um Plano para reduzir, substancialmente, a nossa dependência de gás russo já este ano, e, em alguns anos, tornar-nos independentes da Importação de Gás Russo”, anunciou o vice-presidente-executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, no Parlamento Europeu.
O também responsável pelo Pacto Ecológico Europeu ressalvou que, apesar de “viável”, esta não é uma tarefa fácil.
Segundo a “Bloomberg” – que citou fontes com conhecimento do Processo -, o Plano prevê um Corte de 80% na dependência de Gás Russo.
Neste sentido, Bruxelas vai pedir que os Estados-Membros comecem a fazer Reservas de Gás para o próximo Inverno, de modo a estarem preparados para uma eventual interrupção do abastecimento.
Por outro lado, a Comissão Europeia quer reduzir a dependência de Combustíveis Fósseis, diminuindo a Emissão de Gases com Efeito de Estufa, em linha com o objectivo de atingir a Neutralidade Carbónica até 2050.
Fuga
Desde o Começo da Invasão Russa (a 24 de Fevereiro passado) – reporta pt.euronews.com -, mais de um milhão e 700 mil Ucranianos fugiram do Conflito para Países vizinhos, a grande maioria dos quais para a Polónia, com as Nações Unidas a estimarem que, “hoje ou amanhã”, o número ultrapasse os dois milhões.
Numa nova Reunião do Conselho de Segurança – realizada sehunda-feira. 7 -, a ONU definiu três prioridades imediatas: permitir a Saída Segura de Civis das Zonas de Guerra; facilitar a entrada de Ajuda Humanitária; e estabelecer um Sistema de Comunicação entre os envolvidos no Conflito e as Operações de Assistência.
“Há Cidades Ucranianas cercadas, sob Bombardeamento Russo constante. Há Hospitais a ficar sem abastecimento, escassez de alimentos e baixas civis em ascensão, enquanto os mais vulneráveis – descapacitados, idosos e crianças – continuam a carregar o maior peso do sofrimento”, denuncia Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos da América na ONU: Por sua vez, Martin Griffiths, Secretário-Geral-Adjunto dos Assuntos Humanitários da ONU, recomenda uma Passagem Segura para Mantimentos Humanitários, para Zonas de Conflito. “Civis em locais como Mariupol, Kharkiv, Melitopol e outros sítios, precisam, desesperadamente, de Ajuda, sobretudo Assitência Médica Vital, como a que tem sido levada, nos últimos dias, pela Organização Mundial da Saúde”, vinca Martin Griffiths.
Alheia a críticas, a Rússia diz estar a cumprir os Compromissos Humanitários e voltou a martelar a Acusação de que “Radicais Ucranianos e Neonazis” estão a usar os Civis como “Escudos Humanos” no Conflito.
EUA “miram” Petróleo da Venezuela
Actualmente, existem Sanções ao Petróleo produzido pela Venezuela, impostas pelos Estados Unidos, de forma a enfraquecer o Governo de Nicolás Maduro.
Aliás, Maduro revelou, segunda-feira, interesse em aumentar a Produção de Petróleo na Venezuela, caso uma das Sanções impostas à Rússia seja a Comercialização do Petróleo nos Mercados.
Segundo o “New York Times”, o Presidente da Venezuela ter-se-á comprometido a Aumentar a Produção deste Recurso Natural, numa Reunião com as Autoridades dos EUA, no fim-de-semana, numa Encontro que terá sido “respeitável, cordial e diplomático”.
Apesar da procura por outra Fonte de Petróleo, de forma a evitar que as Sanções impostas à Rússia prejudiquem os consumidores, alguns membros Republicanos do Congresso dos Estados Unidos foram críticos em relação ao aumento da compra do Petróleo produzido pela Venezuela.
“A Casa Branca ofereceu-se para abandonar aqueles que procuram fugir da Venezuela, em troca de uma quantidade insignificante de Petróleo”, escreveu o senador Marco Rubio, da Flórida, no “Twitter”.
Também da parte dos Democratas surgiram algumas críticas, tendo o senador Robert Menendez, de Nova Jérsia, escrito, em Comunicado – citado pelo “New York Times” -, que um eventual Acordo com a Venezuela traria “riscos de perpetuar uma Crise que desestabilizou a América Latina e as Caraíbas a uma Geração”.
Para além das questões burocráticas, Saul Kavonic, um analista Energético, citado pela mesma Publicação, defende que, a acontecer, o aumento da produção de Petróleo não será tão rápido como é necessário.
“Todas as opções terão que estar em cima da mesa como alternativa. Nenhuma Fonte de Petróleo – quer seja a Arábia Saudita, Venezuela, Irão, os EUA – será capaz de, sózinha, chegar perto para substituir a totalidade do Abastecimento da Rússia, se todas as exportações forem proibidas”, explicou ao Jornal.
Lembrete
O Conflito na Ucrânia começou no pasdsado dia 24 de Fevereiro, após o Presidente Russo, Vladimir Putin, autorizar a Entrada de Tropas naquele País do Leste Europeu.
A Invasão culminou com ataques por ar, mar e terra, com diversas Cidades bombardeadas, inclusive a Capital Kiev.
É “a Maior Operação Militar” dentro de um País Europeu, desde a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 a 1945.
A Ofensiva Russa provocou Clamor Internacional, com Reuniões de Emergência realizadas e previstas em vários Países, e pronunciamentos de diversos Líderes espalhados pelo Mundo, condenando o Ataque Russo à Ucrânia.
Em razão da Invasão, países como EUA, Reino Unido e o Bloco da União Europeia anunciaram Sanções Económicas contra a Rússia.
A Invasão ocorreu dois dias após o Governo Russo reconhecer a Independência de dois Territórios Separatistas, no Leste da Ucrânia – as Províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos “Nazistas”.
Outros motivos de Putin pela Invasão na Ucrânia dão-se pela aproximação do País ao Ocidente, com a possibilidade de fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte – Aliança Militar Internacional -, e da União Europeia, além da ambição de expandir o Território Russo, para aumentar o Poder de Influência na Região.