O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considerou, esta segunda-feira,7, que a Cimeira Cabo Verde-Portugal ultrapassa o âmbito das relações governamentais entre os dois países, que passa, segundo disse, de um patamar de parceria para uma aliança.
Ulisses Correia e Silva fez esta apreciação após sair da Cimeira Bilateral Cabo Verde – Portugal, evento que contou com a presença do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e vários membros de Governo de ambos os países.
Na ocasião, Ulisses Correia e Silva avançou que a cimeira “foi muito abrangente” a nível institucional, das pessoas, investidores, empresários, entre outros, para quem significa que os acordos assinados ultrapassam o âmbito das relações governamentais.
“Esta cimeira foi um sucesso, o primeiro-ministro de Portugal se empenhou muito para que esta cimeira se realizasse, num contexto com a pandemia que ainda existe e produz seus impactos, no contexto de guerra na Ucrânia e com todas as implicações que já existem”, assinalou.
Conforme o chefe de Governo, há uma vasta diáspora cabo-verdiana em Portugal e há também todo o interesse de desenvolver ainda mais as relações, para que possam passar de um patamar de parceria para aliança, tendo em conta as proximidades e interesses convergentes de Cabo Verde com Portugal.
“E o facto de estarmos a organizar esta cimeira neste contexto torna-a duplamente mais valorizada em termos de opção pela continuidade e reforço da parceria e cooperação para o desenvolvimento”, destacou.
Perdão da dívida
Instado sobre o perdão da dívida de Portugal para com Cabo Verde, Correia e Silva disse que estão em curso acções concretas, sendo que, durante a pandemia, foi permitido o pagamento através de moratórias, já foi assinado um acordo no sentido de consolidar um conjunto de dívidas entre os dois Estados, num único pacote.
“Estamos a falar à volta de 140 milhões de euros em condições muito favoráveis em termos de pagamento deferidos, por forma a termos um aligeiramento da pressão que existe relativamente à dívida”, indicou, acrescentando ainda que está sobre a mesa um processo mais estruturante que permite criar vários mecanismos, um dos quais a transformação da dívida em investimentos.
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, reiterou igualmente que a cimeira foi um “sucesso”, assente numa relação muito profunda entre os países, lembrando, também, que o encontro tinha sido adiado por causa da pandemia.
O chefe do Governo de Portugal reconheceu o “enorme contributo” que a comunidade cabo-verdiana tem dado ao longo dos anos para o desenvolvimento do país que, mais uma vez, esteve à prova perante “esses dois anos tão difíceis” da pandemia.
“Portugal e Cabo Verde têm uma relação bilateral, que está agora fortemente consolidada nesta cimeira com a assinatura do novo programa estratégico para a cooperação 2022-2026, com um pacote de 95 milhões de euros em áreas diversas, com foco na saúde e educação”, afiançou.
Por outro lado, salientou as iniciativas conjuntas de um acordo de mobilidade no âmbito da CPLP que foi aprovado, já está em vigor e praticamente todos os países o ratificaram, sendo que Portugal irá alterar a sua legislação para que a mobilidade entre os povos seja uma realidade.
C/ Inforpress