A ilha do Sal passa a contar com uma policlínica da Cardiomed. Esta estrutura de saúde, fruto do investimento privado, vem aumentar a capacidade de oferta na área dos cuidados de saúde na ilha. Na inauguração, o ministro da saúde, Arlindo do Rosário, disse que o Governo está disposto a “pensar” num protocolo de cooperação e parceria com essa nova estrutura, a fim de “fortalecer” o sistema nacional de saúde local.
Francisco Vieira, dono desta clínica privada no Sal, enfatizou na inauguração, na passada sexta-feira,4, que a concretização deste investimento lhe traz uma “uma sensação de vitória”, tendo em conta que, quando criou a Cardiomed em 2005, o objectivo era ter extensão em todas as ilhas.
Agora, com este investimento, a empresa aumenta para quatro o número de ilhas onde está presente (Praia, Fogo, Boa Vista, Sal.
Segundo o empresário, a policlínica do Sal é a maior estrutura do grupo, comparada com as de outras ilhas, e possui todas as valências e máquinas como a da capital.
“Esperamos dar o nosso máximo, apostar numa medicina preventiva, prestar um serviço de qualidade, de modo a melhorar a qualidade de saúde à população desta ilha”, perspectivou o médico cardiologista.
Nesta primeira fase a policlínica vai trabalhar com uma equipa residente, porém, como avança, terá que recorrer a especialistas internacionais.
“Temos edifício, equipamentos, mas faltam realmente recursos humanos. Vamos trabalhar com uma equipa residente, com dois ginecologistas, clínicos gerais, deslocação de cardiologia e oftalmologistas com regularidade, dois técnicos de RX, três enfermeiros, funcionários de limpeza, recepcionista, entre outras especialidades de acordo com a demanda”, explicou.
“Mas vamos trabalhar para que no futuro tenhamos recursos humanos com capacidade endógena local, para termos serviços permanentes. Mas, só o futuro e a dinâmica do investimento dirá”, esclareceu.
Possível “parceria” – Ministro da Saúde
Presente na inauguração, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, afirmou que uma extensão da Policlínica Cardiomed, no Sal, é um “grande ganho” para a população, e que vai contribuir para o reforço do sistema nacional de saúde.
“Nós estaremos dispostos também a pensar num protocolo de cooperação, de parceria com a Cardiomed aqui no Sal, particularmente. Nessa troca de competências pode-se fortalecer o Sistema Nacional de Saúde”, defendeu.
O governante enalteceu a coragem do investidor.
“Trata-se de um grande investimento. Penso que o Sal ganha uma grande infraestrutura, muito bem equipada, evidentemente com desafios vários, nomeadamente em termos de recursos humanos”, admitiu.
Neste particular, explicou que, desde há dois anos, a revisão da lei de base de saúde permite que o sector privado possa ter profissionais que não estejam ligados, ou que não tenham necessariamente que passar pelo sector público.
“Isto já foi revisto. Incentivei também ao dr. Francisco a ter um programa, um plano de formação própria, e aí o Governo pode ajudar na procura de vagas, para que com o tempo possa ter o seu quadro de pessoal exclusivo”, incentivou, acrescentando, por outro lado, que num sistema ganha/ganha, o sector público pode “oferecer muito” ao sector privado e vice-versa.
C/Inforpress