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Educação

Praia: Jovens estudantes clamam por “mais respeito” e “celeridade” na obtenção de visto para Portugal 

Um grupo de jovens, na sua maioria estudantes, manifestaram-se esta sexta-feira,4, junto à Embaixada de Portugal em Achada Santo António, Praia, para mostrar o descontentamento por não terem conseguido visto para darem continuidade aos estudos nas universidades portuguesas. mas há também pessoas com contrato de trabalho em Portugal, que também reclamaram da falta de celeridade nos processos.

Em entrevista ao A NAÇÃO online, esclareceram que são vários os casos de estudantes tanto de licenciatura, como de mestrado, deferidos como risco migratório, e estes jovens dizem estar a serem obrigados a “pagar as culpas” dos estudantes que viajaram anteriormente e que não deram continuidade aos estudos.

 “Há muita falta de respeito na embaixada portuguesa. Dei entrada com toda a documentação em junho de 2021 para realizar a minha licenciatura. Fui notificado dois meses depois de entregar os documentos com a justificação de risco migratório”, contou Evandro Fernandes, um dos manifestantes.

 “Entendemos que muitos estudantes já foram e não deram continuidade aos estudos, mas nós não podemos ser culpados pelo que os outros fizeram. Mesmo que 90 por cento dos estudantes fizessem isso, nós os outros 10 por cento é que devemos pagar por tudo isto?”. Questionou o jovem que terminou os estudos liceais em 2021 e que pretende realizar uma licenciatura em Portugal, estando já matriculado na universidade.

“Eu e muitos outros aqui presentes já pagamos cerca de seis prestações de propinas, cerca de 700 euros, para além de outros gastos. Recebemos todos os dias notificações das escolas porque as aulas neste momento são presenciais e nem tudo dá para fazer à distância. Toda esta burocracia e sem visto na embaixada, não temos a certeza da nossa ida”, explicou o jovem, justificando que esta manifestação foi a única forma que encontraram para serem ouvidos e ajudados a concretizarem os seus sonhos.

Burocracia 

Das muitas vezes que procuram a embaixada, estes estudantes dizem que quase nunca conseguem “sequer” marcar um encontro, uma vez que têm que agendar com antecedência e quase nunca conseguem lá chegar. “É muita burocracia até agendar um encontro e as respostas nunca são favoráveis”, justificou.

Também a aguardar visto para Portugal, no âmbito de mobilidade para Aveiro, com bolsa da União Europeia, através da Uni-CV, encontra-se Nélida Pires. 

“Até a universidade já enviou um e-mail à embaixada a pedir mais celeridade porque as aulas em Aveiro já estão a arrancar mas ainda não temos resposta desde janeiro deste ano. Não interessa se a resposta é favorável ou não. Interessa que haja um pouco mais de sensibilidade em relação à data. Seja como for já estamos lesados porque vamos comprar bilhetes em cima da hora, que vai nos custar bem mais caro porque as aulas já começaram”, lamentou. 

Sem visto

A esta manifestação aderiram também outros jovens que aguardam vistos para Portugal, entre eles, os que possuem contrato de trabalho. 

“Do meu grupo, éramos 11 pessoas com contrato de trabalho e 9 já foram. Só falto eu e um outro colega. Das vezes que eu me dirigi à embaixada, disseram-me que o meu documento está mal assinado. Pedi para retificar mas não me deram. Pediram um outro contrato de trabalho que tenho em mãos desde mês de novembro e, até ainda nada”, contou o jovem José Jorge Varela, pedreiro de profissão que possui um contrato de trabalho com a empresa portuguesa Imoconstarte – Construções.

Ao todo, foram dezenas de jovens, com cartazes, em manifestação silenciosa, a pouco mais de 100 metros da embaixada de Portugal, cercados por um aparato policial.

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