Marco Bento, presidente da Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente (LIGOC-SV), desmarcou-se hoje de qualquer ligação à manifestação marcada para as 18h, desta tarde, por “Boss”, garantindo não ter “qualquer intervenção” na mesma. Contudo, diz-se “solidário” com “Boss” por entender que as medidas proibitivas são “extremamente severas”, para São Vicente.
Marco Bento entende também que a manifestação marcada por “Boss”, “tem toda a legitimidade para acontecer”, mas reafirmou que a LIGOC não tem “qualquer intervenção”, até porque só intervém nos desfiles oficiais, que foram cancelados no mês de Janeiro.
Esse responsável disse estar “solidário” com Boss por acreditar que as medidas proibitivas são “extremamente severas” para São Vicente.
“Pela informação que temos, as pessoas não podem colocar música de Carnaval, não podem fazer actividades e nem os restaurantes podem fazer qualquer actividade relacionada com isso e acho que são medidas excessivas e aí acredito que deve haver um espírito de colaboração entre amantes do Carnaval e autoridades”, argumentou.
Comparativamente a outras ilhas, essa fonte diz que as autoridades “não estão a ter uma atitude tão proibitiva” e, por isso, defendeu um “clima de diálogo” entre as autoridades sanitárias locais e os que querem festejar “um pouco” o Carnaval no Mindelo.
Neste contexto, diz existir uma “nuvem cinzenta” sobre as razões defendidas pelas duas partes.
Marco Bento disse também que mesmo ele se sente “triste” por, mais uma vez, nesta terça-feira de Carnaval, não haver a azáfama para os desfiles oficiais e o “grande espectáculo” dos últimos anos nas ruas da “Morada”.
“Mas, pedimos a Deus que no próximo ano tenhamos vencido a pandemia e que voltemos muito mais fortes para fazer o Carnaval de costume e ainda de melhor qualidade”, perspectivou, considerando que “a saúde está em primeiro lugar”.
A manifestação
Recorde-se que o carnavalesco João Brito “Boss” pediu nas redes sociais para as pessoas se mascararem e se concentrarem na cidade do Mindelo, mais precisamente na Praça Dom Luís, hoje pelas 18h00.
Isto porque, segundo a mesma fonte avançou à Inforpress, foi “prolongado o estado de calamidade para não haver actividades de Carnaval em Cabo Verde, mas está-se a assistir festa de Banderona no Fogo e permitindo festas na Cidade da Praia e ninguém diz nada”.
“Aqui a Delegacia de Saúde mandou até nota aos bares, restaurantes para não haver qualquer actividade relacionada com Carnaval, mas estamos a ver vídeos a circular até de trio elétrico na Cidade da Praia, então estamos a falar de um País ou de uma ilha”, questionou João Brito, para quem isto mostra o “boicote e uma ditadura” em relação a São Vicente.
A mesma fonte defendeu ser “justo” haver “direito para um, direito para todos”, até porque o Carnaval do Mindelo “não é uma mera festa, é movimentação da economia, do turismo e da cultura”.
O protesto deverá fazer o mesmo trajecto dos desfiles de Carnaval no centro da cidade do Mindelo, saindo da Praça Dom Luís, seguindo pela Rua de Lisboa, Avenida Baltazar Lopes, Rua 05 de Julho e por fim Avenida Marginal.
C/Inforpress