“Nu kre justiça pa tiu ku subrinho” foi a palavra de ordem da manifestação que saiu à rua na tarde desta sesta-feira,25, rumo ao Tribunal da Praia, no Platô, apelando à justiça no caso do atropelamento mortal de Austelino Pereira e Albano Barbosa, no passado dia 19 de dezembro em Achadinha, Ponta Tambra.
Cerca de uma centena de pessoas, desde crianças, jovens e adultos, participaram, esta sexta-feira,25, da manifestação pacífica, na cidade da Praia, contra a morosidade da justiça, tendo como caso específico o atropelamento mortal de Austelino Pereira e Albano Barbosa, no passado dia 19 de dezembro em Achadinha, Ponta Tambra, alegadamente por um individuo com carro roubado que não parou para prestar socorro.
A marcha preta que partiu do local de acidente em Achadinha, percorreu as artérias da Fazenda, rumo ao Palácio da Justiça, no Platô, munida de cartazes e palavras de ordem “nu kre justiça pa tiu ku subrinho”, “bandido é na cadeia”, entre outras.
Injustiça
“É um sentimento de injustiça, de revolta, de dor que eu não sei explicar. O nosso apelo é pela justiça, pois perdemos dois elementos da nossa família, atropelados fora da estrada por uma pessoa que conduzia uma viatura, sem carta de condução. O mesmo foi apresentado à justiça e só lhe foi aplicado um TIR”, contestou Eunice Barbosa, filha do malogrado Albano Barbosa.
Em entrevista ao A NAÇÃO online, a mesma avançou que a adesão das pessoas foi satisfatória, mostrando que estão a lutar por uma causa justa.
Sendo assim afirma que “a luta vai continuar até que obtivermos uma resposta digna”. Isto porque, segundo afirmou, “depois de terem soltado o indivíduo, não nos disseram mais nada e já lá vão dois meses”.
Eunice Barbosa diz que Albano Barbosa, de 64 anos, pai de 18 filhos (6 menores) estava prestes a entrar para a reforma, sendo funcionário da MOAVE.
“Ele foi um bom pai, avó, trabalhador, uma pessoa muito alegre e divertida, amigo de todos. Não merecia passar por isso”, lamentou revoltada.
A luta continua
Também indignada com a morosidade da justiça, a filha do malogrado Austelino da Silva, Aulkine da Silva, afirmou que esta luta vai continuar até que o responsável pela morte do pai e tio seja responsabilizado.
“A justiça não foi feita porque há testemunhas oculares que afirmam que foi este indivíduo que atropelou o meu pai e o meu tio que estavam a conversar na berma da estrada. Ele sequer parou para prestar socorro. Foram muitos crimes cometidos para ele ficar impune. Lugar de bandido é na cadeia”, contestou a jovem afirmando que se não houver respostas, farão próximas manifestações, até que o caso se resolva.
Aulkine Pereira descreve Austelino Pereira como um pai “100 por cento” que muito lutou pela sua família, rolando bidões, montando barracas e fazendo tudo ao seu alcance para o bem-estar dos seus 4 filhos, um deles ainda menor de idade.
“Ele foi um pai presente que me deu amor, me deu educação, escola e me empoderou como mulher. Por isso, não vou deixar impune e vou lutar até às últimas instâncias pela justiça”, garante.
Em frente ao Palácio da Justiça no Plateau, uma centena de manifestantes trajados de preto, com altifalantes e cartazes enfrentaram o aparato policial que os aguardava, sem se deixarem ser intimidados pelos mesmos.