Josh Angulo, único cabo-verdiano a competir no mundial de windsurf’22, em Ponta Preta, na ilha do Sal, defende que Ponta Preta seja declarada Património Nacional pelo Governo e que se evite quaisquer construções na área. O atleta enfrenta hoje o francês Thomas Traversa, nos oitavos-de-final.
O facto de Cabo Verde contar, neste circuito, com “uma grande apoio” de um patrocinador internacional estrangeiro, que, segundo Angulo, suportou praticamente 80% do financiamento para esta etapa, é sinal de que o arquipélago está a colher frutos de trabalhos feitos anteriormente nesta modalidade.
“Cabo Verde ficou no mapa”, diz Josh Angulo, que sinaliza que Ponta Preta já está referenciada como um “lugar mágico”, dada a sua fama no mundo inteiro pela prática dos desportos náuticos.
Por esta razão, exortou ao Governo a “nomear Ponta Preta Património Nacional”, para que não se deixe cair na tentação de construir infra-estruturas que possam impedir as condições naturais que a natureza proporcionou.
Prova contra Traversa
Ângulo, 47 anos, e que detém no seu palmarés dois títulos mundiais na disciplina de ondas, vai aos “hits” com o francês Traversa, 36 anos, que se estreou no Mundial em 2003.
Uma prova que se espera de elevado grau de dificuldade para a decisão do corpo de jurados, dada a vasta experiência destes dois “lobos” das ondas.
Os dois velejadores conquistaram o passaporte para a segunda fase depois das primeiras prestações esta segunda-feira, durante os “hits” que colocaram quatro velejadores em provas.
À Inforpress, Josh Angulo disse que, neste primeiro dia, os concorrentes não tiveram altas vagas, a que estão habituados na Ponta Preta, mas ainda assim considerou que “o dia foi bom, com sol, vento, ondas e o grande apoio do público torcedor”.
Mesmo assim, segundo disse, o regresso de uma competição desta natureza é “muito importante” para a promoção de Cabo Verde.
“O mais importante nesta luta pelo título é a promoção de todas as ilhas de Cabo Verde. Este campeonato vai contribuir para trazer mais turistas e mais negócios ao nosso país, temos comércio que poderá ter reflexos em toda a população”, salientou Ângulo, para quem os melhores velejadores do mundo estão na ilha do Sal.
Veterano nestas andanças, Ângulo fez questão de destacar a nova geração de windsurfistas que desponta no mundo de windsurf, assegurando mesmo ser constituído por velejadores “muito fortes”.
Entretanto, indicou que, pessoalmente, vai continuar a tentar dar o seu “the bests” para continuar a representar Cabo Verde de forma digna, confiante que tudo avança para o “bom caminho”.
Cabo Verde acolhe de 20 a 28 do corrente a primeira etapa do Campeonato do Mundo de Windsurf, na modalidade de ondas, prova que já está a ser disputada na praia de Ponta Preta, na ilha do Sal, envolvendo os melhores praticantes deste desporto náutico.
Esta é a quinta vez que Cabo Verde recebe o Campeonato do Mundo de windsurf, sendo que a etapa de 2022 conta com 32 windsurfistas em representação de Cabo Verde, da Espanha, da Alemanha, da França, dos Estados Unidos da América, da Venezuela, do Brasil, do Japão, da China e da Grã-Bretanha.
C/ Inforpress