Nove crianças tiveram de ser transferidas para tratamento de cancro em Portugal, no ano passado. A informação é avançada pela pediatra Nitza Serena, do Hospital Universitário Agostinho Neto. Segundo essa fonte, a leucemia é o cancro mais comum entre as crianças no país.
Citada pela Inforpress por ocasião do Dia Internacional do Cancro na Infância, assinalado ontem, essa profissional aproveitou para chamar a atenção dos pais e encarregados de educação para os sintomas, sinais precoces, e explicou que os sintomas, normalmente, são comuns a outras doenças que não são malignas.
Por isso, alertou para a importância do acompanhamento médico e apelou aos pais a criarem o hábito de levarem as crianças a consultas de rotina e a recorrerem a um pediatra todas as vezes que a criança apresentar algum problema de saúde.
“Porque o cancro nas crianças é muito agressivo, mas quando é detectado precocemente a criança tem muita chance de curar, porque as crianças respondem muito ao tratamento, mas o diagnóstico deve ser precoce”, esclareceu Nitza Serena.
Detecção precoce tem mais chance de cura
Segundo essa fonte, 70 a 80 por cento (%) das crianças que são detectadas precocemente, acabam por “melhorar e vencer” a luta contra o cancro. Mas, caso houver “perda de tempo”, o paciente acaba por ficar com sequelas e até mesmo morrer.
A leucemia é o tipo de cancro mais comum entre as crianças em Cabo Verde, mas há outros como tumores do sistema central, linfomas, neuroblastoma, retinoblastoma, cada um com a sua percentagem.
As crianças que vencem esta luta, asseverou esta responsável, continuam a ter acompanhamento, e, “a maioria, para não dizer todos”, é transferida para Portugal.
As crianças seguem as consultas em Portugal até chegar o momento dos acompanhamentos que Cabo Verde tem a possibilidade de realizar.
“Pacientes que tiveram cancro, quando, por vezes, os exames mostram que está tudo bem, passamos em média a segui-los de cinco a dez anos”, avançou.
Garantiu que, ainda quanto ao acompanhamento, há uma equipa multidisciplinar, constituída por pediatra, oncologista, fisioterapeuta para casos de reabilitação, hematologistas, biologista e psicólogo.
C/Inforpress