O ministro da Agricultura e Ambiente disse, esta sexta-feira, que o Governo vai continuar o diálogo com os operadores para mitigar o impacto da subida do preço do pão, apontando a conjuntura mundial como principal factor desta alteração.
Em conferência de imprensa, Gilberto Silva explicou que o preço do trigo sofreu um aumento substancial, sendo que um saco de 50 quilogramas de farinha, proveniente da moagem do trigo importado a granel e armazenado nos silos, atingiu agora o preço de 2.840 escudos.
“Como consequência, os produtos fabricados a partir do trigo, nomeadamente o pão, sujeitam-se também à alteração dos preços”, assinalou.
As causas desta alteração, segundo apontou, têm que ver com a conjuntura mundial, sendo que a escala de preços no mercado internacional começou em 2020 e prende-se com as preocupações e incertezas com os efeitos da pandemia da covid-19 sobre a economia mundial.
Além disso, avançou outros factores como as crescentes ameaças às perspectivas de produção causadas pelas secas e outros fenômenos associados às mudanças climáticas, alta nos preços dos insumos como fertilizantes e produtos fitossanitários, entre outros, estão na base deste aumento.
“Cabo Verde depende do mercado internacional para cobrir as suas necessidades em cereais e vários outros produtos, portanto, é natural que enfrente também esta escalada de preços”, afiançou, salientando que o País sofreu semelhante situação em 2010 e 2011, na sequência da crise imobiliária.
Entretanto, garantiu, “o Governo é sensível e está atento” a esta situação, para intervir, dentro das balizas legais.
“Estamos a falar de produtos cujos preços não são regulados e devem obedecer às regras do mercado, que devem funcionar conforme manda a lei. O Estado só pode intervir, pontualmente e em situações muito excepcionais”, advertiu.
C/ Inforpress