Cabo Verde caiu uma posição no índice de democracia para o grupo de países africanos, passando do segundo para o terceiro lugar no ranking. A nível global, mantém-se na 32º posição, segundo revelou o relatório do The Economist Intelligence Unit (EIU).
O Índice de Democracia, que começou a ser elaborado em 2006, retrata a situação da democracia em 2021, em 165 Estados independentes e dois territórios, com base em cinco categorias: processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo, participação política, cultura política e liberdades civis.
Cada país é classificado num tipo de regime: democracia plena, democracia imperfeita, regime híbrido ou regime autoritário, e consoante a pontuação registada numa série de indicadores.
O documento, citado pela Inforpress, indica que Cabo Verde manteve a sua posição relativamente ao do ano passado, ocupando, a nível global a 32ª posição no ranking com 7,65 pontos, sendo que nas categorias do processo eleitoral Cabo Verde obteve 9,17, funcionamento do Governo 7,0, na participação política 6,67, na cultura política 8,53.
Desde assim do 2º para o 3º lugar em África, depois das Maurícias e do Botswana.
Angola regime “autoritário”
A nível da lusofonia, Angola é classificada como um regime autoritário, em 122.º lugar no ‘ranking’ global e em 26.º no ‘ranking’ regional da África subsaariana, que integra 44 países.
O país lusófono está entre os 16 Estados desta região que registaram um declínio da sua classificação (-0,29), integrando o conjunto dos cinco que mais pioraram, a par do Congo (-0,32), Benim (-0,39), Mali (0,45) e Guiné-Conacri (-0,80).
Outros 14 países mantiveram as suas posições e 14 registaram melhorias pouco significativas, com excepção da Zâmbia, que obteve mais 0,86 pontos, elevando a sua pontuação para um total de 5,72.
A nota global da região desceu de uma já baixa pontuação de 4,16 em 2020 para 4,12 em 2021, prolongando a “recessão democrática”.
O relatório assinala que “os ganhos modestos” obtidos na primeira década após o início do índice, em 2006, em que a região subsaariana passou de 4,24 para um máximo de 4,38 em 2015, rapidamente se esfumaram e a pontuação tem descido desde essa altura.
Noruega lidera com democracia plena
A Noruega, o país mais bem classificado da tabela, com uma democracia plena, pontua nos 9,75, enquanto Portugal, uma democracia imperfeita, está no 28.º lugar, com 7,82 pontos.
Segundo o relatório, os resultados de 2021 reflectem o impacto negativo da pandemia de covid-19 na democracia e na liberdade em todo o mundo, pelo segundo ano consecutivo.
A pandemia resultou numa diminuição sem precedentes das liberdades, tanto entre democracias desenvolvidas como nos regimes autoritários, devido à imposição de confinamentos e restrições de viagens e, progressivamente, com a introdução de “passaportes verdes” que exigem certificados de vacinação contra a covid-19 para participação na vida pública, indica o documento.
C/ Inforpress