A UNTC-CS denunciou, esta quinta-feira, a “constante escalada de preços” de bens da primeira necessidade nos últimos tempos, em contramão com os salários congelados desde 2011. A central sindical acusa o Governo de ser o “maior violador dos direitos laborais” e pediu que o salário mínimo seja aumentado.
Em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, a secretária-geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde-Central Sindical (UNTC-CS), Joaquina Almeida, acusou o Governo de “afundar os trabalhadores” cabo-verdianos, argumentando que as políticas públicas têm gerado “mais pobreza” à população, vítima de sucessivos maus anos agrícolas, agravados com a pandemia da covid-19.
A sindicalista reclamou que, em Cabo Verde, tudo tem subido, à excepção dos salários, com reflexos directos no aumento da taxa de desemprego, no aumento das dificuldades dos trabalhadores e suas famílias e na restrição do consumo, devido ao fraco poder de compra, enquanto as empresas reclamam pelo apoio para manterem as suas actividades.
A líder sindical apontou o aumento de bens da primeira necessidade, como leite, pão, gás butano, transporte e açúcar, de entre outros produtos, quando se prevê “um crescimento económico de cerca de 6,5% e escasseia a circulação de dinheiro, “constitui um grande obstáculo” para a retoma da economia.
“Os despedimentos e a precariedade laboral acontecem diariamente e os trabalhadores e suas famílias passam por gravíssimos problemas, facto esse que tem gerado o alastramento da pobreza”, lamentou.
A UNTC-CS quer, por isso, que o Governo actualize o salário mínimo e que o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS), assim como a Agenda Cabo Verde 2030, sejam mesmo implementados para que não passem apenas uma miragem.
C/ Inforpress