O Presidente do Instituto do Património Cultural (IPC) avança que o Governo disponibilizou, para este ano, uma verba de 2.500 contos para a continuação do trabalho de implementação do Plano de Salvaguarda da Morna, Património Imaterial da Humanidade, em curso desde Dezembro de 2019.
Segundo o presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Jair Fernandes, nos anos anteriores, por causa da covid-19, foi utilizada uma estratégia de trabalho “muito subtil” com as escolas, tendo em conta que, o perpetuar da morna enquanto Património Imaterial da Humanidade, implica “um trabalho geracional”.
Foi neste sentido que, conforme explicou à Inforpress, o IPC lançou alguns editais durante o período da pandemia, sobretudo voltados para o trabalho de sensibilização com as escolas, que contou com o envolvimento da comunidade estudantil como público-alvo.
Da mesma forma, prosseguiu Jair Fernandes, a plataforma on-line sobre a morna foi alimentada, não só com conteúdos investigados ao longo dos vários anos, mas também com conteúdos cedidos por cantores, intérpretes e espaços interpretativos da morna, seguindo as próprias recomendações da Unesco.
Verba de 2.500 contos para continuar o trabalho
Para este ano, explicou que há uma verba de 2.500 contos, inscrita no Orçamento do Estado para 2022, destinada à continuação deste trabalho, incrementando as actividades com as escolas, “a implementação do Plano de Salvaguarda, sobretudo nos seus principais eixos de sensibilização, ou seja, não está equacionada o patrocínio directo aos artistas ou publicações, por enquanto, mas daremos ênfase às actividades com as escolas”.
Para além dessas actividades de sensibilização, o IPC conta também com a “nova dinâmica” nos espaços de interpretação como a Casa da Morna Sodade, no município de Tarrafal de São Nicolau, e a Casa Museu Eugénio Tavares e Centro de Estudos da Morna, na ilha Brava.
Isto, para preencher o quadro concreto do Plano de Salvaguarda da Morna, classificado Património da Humanidade, mas também para criar espaços de museus.
Para colmatar a primeira questão, Fernandes diz que vai nascer na ilha de Boa Vista, em parceria com a Câmara Municipal, a Casa da Morna, na Povoação Velha, respondendo a uma das exigências da Unesco.
De relembrar que a Morna entrou para a Lista Representativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), figurando como Património Cultural Imaterial da Humanidade, no dia 11 de Dezembro de 2019, durante a 14ª sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, em Bogotá, Colômbia.