As padarias da Cidade da Praia têm praticado preços diferenciados na venda de pão, e outros derivados de farinha de trigo, tendo algumas optado pelo aumento dos preços.
A razão dessa subida de preços, segundo os proprietários, consultados pela Inforpress, tem a ver com o facto de um saco de 50 kg da farinha de trigo ter aumentado de 2.340 escudos para 2.840 escudos (mais 500 escudos), o que representa um aumento de 19%.
Numa ronda feita por algumas padarias, constatou-se que o preço do pão (carcaça grande e pequena), subiu em algumas padarias, enquanto outras optaram por manter o preço e diminuir o volume dos produtos.
A gerência da Sodade, em Achada Santo António, que aumentou o preço de pão carcaça de 11 para 13 escudos, esclareceu que os aumentos vêm acontecendo decorrente dos custos directos da produção, “sem contabilizar os indirectos, no que tange a distribuição”.
“Fomos confrontados, primeiramente, com aumento da energia, sucessivos aumentos do combustível e relacionados, aumentos esses que fomos suportando”, precisou Longino dos Reis, defendendo que não se trata de um aumento, mas sim de um “ajuste”.
“Não é e nem será um aumento, como é visto por todos, é sim um ajuste, para que possamos sobreviver e garantirmos que chegue a casa de todas as famílias esse bem precioso”, frisou.
Criação de Associação de Padarias da Praia
A padaria Pão Quente, presente em muitos bairros da Cidade da Praia, aumentou o preço de todos os produtos, com o pão carcaça, o mais procurado, a passar de 15 para 18 escudos.
Na padaria Montrond, em Achada São Filipe, que decidiu manter o preço, o responsável reconheceu que ficou “muito difícil” não fazer o aumento devido ao acréscimo dos custos de confecção do pão e de outros produtos derivados de farinha de trigo.
No entanto, em conversa com a Inforpress, Viriato de Pina, representante das padarias da Cidade da Praia, adiantou que, na próxima quarta-feira, 09, vão reunir-se para decidirem, de forma concertada, a subida de preço.
“Vamos nos reunir para, de forma concertada, aumentarmos os preços porque o saco de farinha e manteiga aumentaram de preços. Caso contrário, a maioria das padarias vão fechar”, explicou Viriato de Pina, proprietário da Padaria Amélia, na Zona de Dinós, em Achada Santo António.
Por isso, disse entender que algumas padarias “como Sodadi, Pão Quente e outras” tenham decidido subir os preços, perspectivando que as outras vão ter que seguir esse caminho “se não querem fechar as portas”.
Viriato de Pina avançou que, para melhor defender os interesses desta classe empresarial, está na forja a criação de uma Associação das Padarias da Praia
De referir que, em Maio de 2021, o Governo decidiu fixar os preços da farinha de trigo e do milho de segunda para travar a subida dos produtos a nível nacional, evitando a sobrecarga das famílias no acesso aos alimentos de primeira necessidade.
A resolução consta no Boletim Oficial nº 57 I Série de 31 de Maio de 2021, que aprovou a adoção de medidas adicionais de compensação financeira para a estabilização e manutenção de preços dos Produtos Alimentares de Primeira Necessidade (PAPN) durante o período da pandemia da COVID-19. Entretanto, o período de vigência da resolução terminou a 31 de Janeiro.
C/ Inforpress