O Presidente da República, José Maria Neves, defendeu, em Adis- Abeba, o reforço da capacidade africana de prevenção e gestão de conflitos, e uma forte aposta na diplomacia preventiva, para evitar ameaças constantes à paz no continente.
José Maria Neves manifestou esta preocupação ao discursar na 35ª sessão ordinária da conferência da União Africana, que decorre na capital da Etiópia, onde redobrou a sua preocupação para com a instabilidade na região oeste africana e do Sahel, alertando para a necessidade de se tornar mais efectivas as decisões.
Repúdio
O Presidente da República solidarizou-se com às vítimas do terrorismo no Burkina Faso, no Mali, no Níger e no norte da Nigéria e Moçambique e reafirmou o “mais veemente repúdio” a todo e qualquer acto terrorista, bem como de subversão da ordem constitucional como as que ocorreram no Sudão, Mali, Guiné-Conacri, Burkina Faso, e a recente tentativa de golpe de estado na Guiné-Bissau.
Para o Chefe de Estado cabo-verdiano, a criação de um sistema de governança multinível, com uma adequada divisão do trabalho entre a União Africana, as organizações regionais e os Estados membros e com responsabilidades partilhadas, seria “um grande passo” para a realização da Agenda 2063 e a “África que queremos”.
Neste sentido, disse acreditar que a África dispõe de “recursos, talentos e imaginação para ser um dos mais importantes actores políticos e económicos” deste século XXI e que Cabo Verde, no quadro das suas especificidades, enquanto um pequeno Estado insular, em desenvolvimento, estará “sempre presente”.
Os chefes de Estado e de Governo da União Africana iniciaram hoje em Adis Abeba, a cimeira anual, que deverá ficar marcada pela resposta do continente à covid-19 e à proliferação dos conflitos e golpes de Estado.
C/ inforpress