Face ao aumento do preço do milho de 1260 escudos para 2360 escudos/saco, as empresas produtoras de ração animal estão a aguardar a atualização dos preços para aceitarem vales-cheques.
A informação foi avançada pelos representantes das empresas produtoras e distribuidoras da ilha de Santiago, Suinave e Upraninal, em reacção às reclamações dos criadores de gado face à demora na implementação do programa de mitigação dos efeitos do mau ano agrícola.
“Não aceitamos os vales cheques ainda, porque o contrato precisa de algumas alterações, tendo em conta a subida de preço de milho, muito exagerado. Houve um aumento de 770 escudos em cada saco de milho e isto impossibilitou o arranque do programa. Estamos prontos e à espera do ajuste do contrato por parte do Governo”, explicou José Eduardo, director-geral da Suinave.
Aquele empresário adiantou que o Ministério da Agricultura e Ambiente já foi informado das propostas dos preços a serem praticados, levando em consideração os incentivos concedidos às empresas que fazem parte do programa.
Conforme precisou, anteriormente o milho era vendido por 1.260 escudos/saco e passa agora a ser vendido por 2.360 escudos.
“Tendo em conta a subida do processo de milho, o Governo tem que subsidiar o milho, porque o milho para o programa fica praticamente pela metade do preço usando o vale cheque”, sublinhou.
Por sua vez, o gerente da empresa Upranimal, Danilson Siqueira, confirma que de momento estão à espera do Governo para um reajuste dos vales cheques e saberem qual o montante subsidiado.
“De momento não temos ainda nenhuma informação, nós damos o nosso parecer em relação ao preço a ser praticado, o Governo neste momento está a analisar. Aguardamos as informações para saber o valor de cada vale cheque para os criadores poderem comprar as rações”, disse.
Em análise
A directora-geral de Agricultura, Silvicultura e Pecuária, Eneida Rodrigues, por seu lado, confirmou à Inforpress que o Ministério da Agricultura e Ambiente recebeu a proposta de alteração dos preços de ração, que se encontra em análise.
Eneida Rodrigues prevê que ainda hoje poderá haver uma resposta aos produtores no sentido de se avançar com o programa.
O programa de mitigação dos efeitos do mau ano agrícola, aprovado pelo Governo no montante de 170 mil contos, inclui medidas de reforço à manutenção da actividade produtiva a nível da pecuária e da agricultura, à mobilização e gestão da água e ao apoio ao rendimento das famílias mais afectadas, através do emprego público nas localidades.
C/ inforpress