Passados quatro anos do desaparecimento dos primos Nina e Filú, ainda não há indícios do que se terá passado. A família, apesar de esperançosa em encontrá-los, critica a PJ pela falta de investigações e informações sobre o caso.
Arlinda Mendes Cabral (Isa), mãe de Filú diz já ter perdido às contas das vezes que procurou a Polícia Judiciária para se inteirar das investigações em andamento, sem que se tenha avanços no caso. Isto, quatro anos depois, apesar dos familiares ainda acreditarem que os dois primos estão vivos e que um dia voltarão à casa.
“Já fui lá tantas vezes até que um dia me disseram que não é preciso ir lá [à PJ] e que assim que tiverem alguma notícia me contactarão”, afirmou à reportagem da Inforpress, acrescentando que já se passaram mais de seis meses da última vez que esteve na PJ e que continua a aguardar por “boas notícias” da polícia científica cabo-verdiana.
Ultimamente, disse, um vídeo publicado nas redes sociais Facebook alimentou a esperança dos familiares de que Nina e Filú podem estar vivos, mas fora de Cabo Verde.
“A senhora que fez o tal vídeo sobre as crianças desaparecidas em Cabo Verde pode ter razão e ela não é nenhuma doida”, acredita Arlinda Cabral que entende que as autoridades cabo-verdianas deviam estender a investigação do caso dos dois primos e de outros além-fronteiras, contando para o efeito com a colaboração das polícias desses países.
O caso
O desaparecimento dos dois primos aconteceu na tarde de um sábado, 03 de Fevereiro. Na altura, Sandro Mendes (Filú) tinha dez anos e Clarisse Mendes (Nina) estava a completar 12.
Saíram de casa, em Achada Limpa, Cidade da Praia, para comprar açúcar, a pedido da avó Marcelina Lopes (Bianina), em Água Funda, na Cidade da Praia, e não regressaram, deixando em lágrimas os pais e os familiares.
Apesar de buscas efectuadas pelos familiares naquela noite e, depois, pelas autoridades, as duas crianças nunca foram localizadas.
Mais desaparecimentos
O desaparecimento misterioso de pessoas em Cabo Verde não é de hoje, e levanta muitas críticas da sociedade que clama por respostas.
A 28 de Agosto de 2017, Edine Jandira Robalo Lopes Soares, 19 anos, deixou a casa em Achada Grande Frente (Praia) alegando que ia levar o bebé para o controlo no PMI (Programa Materno-Infantil), na Fazenda, Cidade da Praia. Mãe e filho nunca mais foram vistos.
A 13 de Julho de 2021, o jovem Ismael Silva saiu de casa e o seu paradeiro continua desconhecido.
C/ Inforpress