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Burkina Faso: Após golpe, RSF pede à junta que deixe os jornalistas operarem livremente

Após golpe de Estado em Burkina Faso, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu aos militares que deixem os jornalistas e a mídia trabalharem livremente e com segurança. Um jornalista ficou ferido e outros dois detidos à margem do motim que levou ao golpe.

Na segunda-feira, 24 de janeiro, soldados encapuzados assumiram a sede da televisão nacional, Radio Télévision Burkina (RTB), em Ouagadougou, capital do país.

Poucas horas depois, os militares anunciaram oficialmente o golpe de estado que derrubou o presidente Roch Marc Christian Kaboré, chefe do país desde 2015, na antena do canal público. No processo, as entradas das instalações da RTB foram filtradas e os jornalistas brigados a lerem os comunicados de imprensa do exército, segundo descreva a RSF.

“A tensão era palpável há vários dias para os jornalistas em Burkina Faso, prejudicados ou ameaçados durante os motins que ocorreram em vários quartéis em Burkina Faso para exigir meios mais adequados à luta contra o jihadismo antes do golpe”, descreve a organização.

Alguns jornalistas chegaram a ser atacados por soldados, que apontaram suas armas para eles, confiscaram seus equipamentos e os detiveram por cerca de 30 minutos.

No mesmo dia, a mídia local e internacional, bem como o grupo de direitos digitais Access Now relataram interrupções na conexão de internet no país.

Nos últimos anos, sublinha a RSF, o país tem sido alvo de violência atribuída a grupos jihadistas armados, afiliados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico.

Ataques contra civis e soldados, concentrados principalmente no norte e leste do país, são cada vez mais frequentes.

Em abril de 2021, David Beriain , um repórter de guerra sênior, e o cinegrafista Roberto Fraile , ambos de nacionalidade espanhola, foram mortos por homens armados não identificados enquanto faziam uma reportagem na reserva natural de Pama, no leste do país. Fazia mais de vinte anos que um jornalista havia sido morto em Burkina Faso.

Burkina Faso ocupa o 37º lugar entre 180 no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa estabelecido pela RSF em 2021.

C/ RSF

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