A candidatura dos escritos de Amílcar Cabral ao programa da Unesco “Memórias do Mundo” será entregue ainda este ano. A garantia é de Pedro Pires, presidente da Fundação Amílcar Cabral (FAC).
A garantia foi dada no final de uma audiência entre o Conselho de Administração da FAC e o Presidente da República, José Maria Neves, para apresentar o projecto de comemoração do centenário de Amílcar Cabral que terá o ponto alto a 12 de Setembro de 2024, data do seu aniversário natalício.
“O processo de candidatura já avançou bastante, temos trabalhado com o Governo, com a comissão da Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], com o Instituto do Património Cultural e temos uma pessoa encarregada para contacto com as instituições do Ministério da Cultura, que é o professor Manuel Veiga que está a trabalhar esse dossiê”, disse, assegurando que apesar de não haver ainda uma data estipulada, a candidatura será entregue ainda em 2022.
Pedro Pires avançou ainda que a FAC esteve a discutir com as autoridades da Guiné-Bissau essa questão da candidatura dos escritos de Amílcar Cabral ao programa da Unesco “Memórias do Mundo”, assim como o ministro da Cultura já terá entrado em contacto com as mesmas.
A elaboração de um estudo sobre “o legado de Amílcar Cabral na Memória do Tempo” e a realização de um conjunto de seminários, exposições, tertúlias com jovens e mesas redondas que retratem vida e obra de Amílcar Cabral, são algumas das actividades previstas.
Amílcar Cabral, que é considerado o “pai da nacionalidade cabo-verdiana”, nasceu a 12 de Setembro de 1924 e é o intelectual e político revolucionário cada vez mais lido, respeitado e referenciado em África e no mundo, sendo que se estivesse vivo, completaria 100 anos em 2024.
Amílcar Cabral, assassinado a 20 de Janeiro de 1973, em Conacry, é também considerado “pai das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde”.
C/Inforpress