O primeiro secretário do PAICV (oposição) no Porto Novo, Jairson Tavares, denuncia aquilo que diz ser abandono dos criadores de gado do município por parte da Câmara Municipal e do Ministério da Agricultura e Ambiente.
Jairson Tavares diz que, perante os “impactos da falta de chuva” que “se fazem sentir de forma intensa”, neste concelho, sobretudo nas famílias do campo”, a Câmara Municipal do Porto Novo e a Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente “continuam cegos, surdos e mudos, abandonando os criadores de gado à mercê da sua própria sorte”.
O líder local do PAICV acusou o delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente no Porto Novo de ignorar a “difícil situação em que se encontram os criadores”, responsabilizando ainda a “fiscalização municipal” pela prática, nesta altura, do açambarcamento de produtos por parte de alguns comerciantes, que se aproveitam, a seu ver, da falta de ração no mercado, para “aumentar os preços dos produtos, tornando a vida dos criadores ainda muito mais difícil”.
Embora tenha “consciência dos impactos desastrosos” da covid-19, esse responsável declarou que “não há registo de qualquer realização por parte desta câmara municipal durante o ano de 2021”.
Jairson Tavares estende o “abandono” a várias outras famílias em Porto Novo que, como diz, estão numa situação de desalento e desânimo. Aponta ainda a falta de emprego e a emigração como fatores que têm levado a população a deixar o município, tendo em conta a situação de abandono e de “descaso” das autoridades locais.
“Não há memórias de uma situação tão tenebrosa que as famílias enfrentam hoje. A situação é de total desalento e desânimo no seio dos porto-novenses”, notou.
O líder local do PAICV responsabilizou o edil, Aníbal Fonseca, pelo “facto de o município não estar a produzir e com avultado indevidamento junto das bancas, fruto de empréstimos investidos de forma irresponsável, sem estudo de impactos e de sustentabilidade”.
Jairson Tavares destacou o caso da construção dos Paços de Concelho, obra que, avançou, teve “uma derrapagem de mais de 200 por cento (%), construída numa altura em que o actual presidente da edilidade “era o responsável pelo pelouro das finanças”.
C/ Inforpress