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Política

Forças Armadas: Comandantes acusam ministra de tentar reescrever história de forma “ligeira e imprudente”

Os comandantes das Forças Armadas (FA) de Cabo Verde dizem-se gravemente ofendidos com as declarações da ministra de Estado e da Defesa Nacional, Janine Lélis, a propósito do Dia das Forças Armadas, celebrado a 15 de Janeiro último. A governante, que no acto central disse que as FA têm 30 anos de existência, é acusada de contradizer as leis do Governo e de tentar reescrever a história, de forma ligeira, imprudente e arrogante.

 Em declaração chegada a esta redação, assinada por um grupo de 11 comandantes das Forças Armadas, na reforma, entre os quais Pedro Pires, Carlos Reis e Júlio Carvalho, estes mostram-se ofendidos com as declarações de Janine Lélis, segundo a qual “foi com o advento da democracia em 1991 e com a Constituição da República de 1992, que as Forças Armadas de Cabo Verde passaram a ser de facto Forças Armadas de Cabo Verde e a estar ao serviço da nação cabo-verdiana”.

No entender destes Comandantes, “não é razoável, nem ponderado” que a Ministra tenha aproveitado a cerimónia de comemoração do Dia das Forças Armadas, realizada na Primeira Região Militar, no Mindelo, para contradizer as próprias leis do Governo e tentar, de forma “ligeira e imprudente”, reescrever a história das FA, “chegando ao absurdo de excluir delas os seus próprios fundadores”.

“Por uma questão de ética, coerência e dignidade, repudiamos veementemente sermos tratados como ´filhos de fora´ e chamados, direta ou indiretamente, servidores de interesses escusos que não tenham sido os interesses nacionais e patrióticos”, declaram os Comandantes.

Pouco profissional

As declarações da ministra, dizem, surpreendeu-os e preocupou, particularmente pela maneira “ligeira, arbitrária e pouco profissional” como trata questões sensíveis e complexas, como são as matérias militares e profissionais referentes à defesa e segurança nacional.

“O mais grave é que a Sra. Ministra, num discurso político e revisionista, de quem tudo pode, extinguiu as ´velhas´ Forças Armadas e fundou as ´suas novas´ Forças Armadas”, consideram.

Caso alguém queira rever o Estatuto das FA, alertam, deve fazê-lo seguindo os trâmites legais. Por isso, questionam “como depositar confiança numa pessoa tão ligeira e caprichosa para liderar um órgão sensível, como o Ministério da Defesa”.

O grupo apela ainda ao Governo que trate o assunto em causa com o devido cuidado e que os feitos e factos sejam repostos no merecido lugar.

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