O presidente da República, José Maria Neves, defendeu, esta quarta-feira, 19, que é preciso trazer para a esfera pública a “melhor discussão” sobre as datas históricas de Cabo Verde.
A ideia foi defendida em declarações à imprensa, antes de uma aula magna sobre o papel da Assembleia Nacional na afirmação da democracia cabo-verdiana no mundo, a convite da direcção do liceu Domingos Ramos, no âmbito da 11ª Semana da República, que decorreu de 13 a 20 do corrente.
“É preciso criar espaços para debatermos, há sempre conflitos, desentendimentos e desacordos em relação às datas mais recentes e ainda há muitas disputas políticas em torno deste assunto”, indicou o chefe do Estado.
Por outro lado, José Maria Neves considerou que o povo cabo-verdiano desde sempre lutou contra a submissão e pela dignidade.
“Temos várias gerações de cabo-verdianos, desde os filhos da terra, que lutaram para que fossem tratados com dignidade”, frisou José Maria Neves, lembrando as revoltas que aconteceram em Santiago, São Vicente e em Santo Antão, assim como os outros momentos “importantes” na história de Cabo Verde.
Nessa luta, o chefe do Estado destacou igualmente os “nativistas” como Eugénio Tavares, Loft Vasconcelos, a revolta em 1910 com proclamação da República em Portugal, o movimento Claridoso e a geração de Amílcar Cabral.
Essa geração, explicou José Maria Neves, influenciada por acontecimentos “importantes” em África e no Mundo, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, decidiu lutar para romper definitivamente com o colonialismo e o fascismo.
No entanto, o mais alto magistrado da Nação defendeu a necessidade de se “fazer um esforço” para que a história contemporânea possa ser debatida nas escolas e em outros espaços sociais, de modo a se encontrar os consensos e fazer os depuramentos que são necessários para que se conheça o percurso histórico de Cabo Verde.
C/ Inforpress