O Dia dos Heróis Nacionais é comemorado esta quinta-feira, 20 de Janeiro, com uma série de actividades, um pouco pelo país. Para além de assinalar o aniversário da morte de Amílcar Cabral, a data presta homenagem àqueles que lutaram pela independência nacional.
Como é tradição, a efeméride é marcada pela deposição de uma coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral, na Cidade da Praia, pelo presidente da República.
Além disso, a data marca também o fecho da Semana da República, que se inicia a 13 de Janeiro, dia da Liberdade e Democracia, passando pelo 15 de Janeiro, Dia das Forças Armadas.
O evento pretende afirmar o significado histórico de dois feriados importantes em Cabo Verde, 13 e 20 de Janeiro, e estimular, na sociedade, o (re)conhecimento dos acontecimentos que fizeram as duas datas, assumindo-as como conquistas da Nação cabo-verdiana.
Apesar da pandemia, a semana foi comemorada em diversos pontos do país, com eventos descentralizados.
Homenagem aos Heróis da Pátria
Em Santa Catarina de Santiago, o 20 de Janeiro será assinalado, hoje, com a deposição de uma coroa de flores na estátua de Amílcar Cabral, na Praça Central, pela edil Jassira Monteiro.
“Recordamos que Amílcar Cabral tem fortes ligações a Santa Catarina, tendo passado vários momentos da sua infância numa casa existente em Achada Falcão, um edifício que a Câmara Municipal pretende adquirir, para futuramente ali instalar o Museu da Resistência Amílcar Cabral”, lê-se numa nota daquela edilidade.
O referido museu, segundo se prevê, será um espaço de estudo, investigação e memória viva das lutas contra a escravatura, das revoltas, das lutas contra o colonial-fascismo e pela independência nacional.
Figura incontornável
Ontem, o Presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, proferiu uma aula magna aos estudantes do Liceu Domingos Ramos, na Cidade da Praia, sobre o tema “O papel da Assembleia Nacional na afirmação da democracia cabo-verdiana no mundo”.
Para Correia, Amílcar Cabral é uma “ilustre figura, referência e um protagonista” na luta pela independência de Cabo Verde, conseguido a 5 de julho de 1975, data tão importante como é também o 13 de janeiro, Dia da Liberdade e da Democracia.
Também o chefe de Estado, José Maria Neves, encontrou ontem com os alunos do Liceu Abílio Duarte, na Praia, como palestrante convidado, para falar do «Processo de Luta de Libertação de África», no quadro de um conjunto de palestras aos alunos daquele estabelecimento de ensino.
O desafio dos alunos, segundo uma nota da Presidência da República, era levar o PR a reflectir sobre aspectos ligados ao tema, nomeadamente a Génese das lutas de Libertação do Continente e os principais atores destes movimentos de libertação dos jugos coloniais, tendo como estratega e figura central de Amílcar Cabral.
Hoje, além do lançamento do livro “Crónicas soviéticas”, do combatente Osvaldo Lopes da Silva, na Presidência da República (ver página xxx), o chefe de Estado promove um Pôr do Sol, com membros e representantes da Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria, às 18 18 horas.
Na mesma ocasião a Presidência da República presta homenagem à Associação Raiz di Polon, um dos mais proeminentes e internacionais grupos de dança cabo-verdianos, que este ano comemora os seus trinta anos de existência.
O 20 de Janeiro é a data que se assinala o Dia dos Heróis Nacionais e relembra a morte de Amílcar Cabral, considerado um dos líderes africanos mais carismáticos e influentes do continente africano.
Amílcar Cabral, fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), foi assassinado em Conacry, no dia 20 de Janeiro de 1973.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 751, de 20 de Janeiro de 2022