O Presidente da República, José Maria Neves, criticou o que considera de “muito deslumbramento e síndrome da primeira vez” em Cabo Verde. JMN considera “muito importante” dar continuidade a “todo o que é bom”, enquanto alicerces dos pilares desta sociedade.
José Maria Neves manifestou esta inquietação no final da conferência “Por uma Etnografia da Liberdade na História de Cabo Verde”, realizada este domingo,16, na Cidade Velha pelo historiador António Correia e Silva, no âmbito das actividades da 11ª Semana da República, que decorre de 13 a 20 do corrente.
O mais alto magistrado da Nação enalteceu a importância da continuidade da Semana da República, que já vai na sua 11ª edição, a primeira sob a sua presidência, alegando que a iniciativa concebida por Jorge Carlos Fonseca, seu antecessor, merece prosseguimento “porque tudo o que é bom, que cria condições para se fazer uma pedagogia da cidadania é importante”.
“Estamos a continuar esta Semana e este ano sob o signo da história da memória e da cultura, que são pilares importantes desta luta de séculos, dos cabo-verdianos pela liberdade”, afirmou José Maria Neves, para quem a continuidade desta rúbrica demonstra o exemplo, sobretudo que as instituições são extremamente importantes.
Quando temos instituições inclusivas, afiançou, acabam por acelerar o processo de desenvolvimento económico e social do país, pelo que sublinhou a importância de se respeitar as instituições cabo-verdianas e garantir que elas se afirmem e se desenvolvam e, sobretudo, evitar a síndrome da primeira vez, “o que é muito nos países pobres e subdesenvolvidos”.
Considerou que o colóquio “Por um Etnografia da Liberdade na História de Cabo Verde”, no berço da cabo-verdianidade, Cidade Velha, simboliza um pouco a luta do povo cabo-verdiano, pela liberdade e dignidade, afirmando que vários protagonistas da história se destacam na reivindicação de uma maior dignidade.
Esta dignidade, elucidou José Maria Neves, é reclamada para os filhos da terra, de uma igualdade de tratamento no quadro colonial português, pelo que considerou que discutir a liberdade na Semana da República, simboliza, precisamente, um tributo a esta luta de séculos pela liberdade e dignidade do Homem cabo-verdiano.
C/ Inforpress