A Bolsa de Valores de Cabo Verde mobilizou 25 mil milhões de escudos nos mercados de capitais durante 2021, com uma variação de 10 milhões em termos absolutos, representando 68% face a 2020. Um “montante nunca antes visto no país”, conforme o seu presidente, Miguel Monteiro.
A par do mercado primário, o secundário, que alberga as transacções de títulos entre investidores, foi mais dinâmico em 2021, ano em que foram realizadas cerca de 120 operações de compra e venda, após uma variação positiva na ordem de 27 por cento (%), face à média dos últimos quatro anos.
O montante global do volume de negócios no mercado secundário ascendeu a cerca de 932 mil contos, após uma variação de cerca de 55% face à média dos últimos quatro anos, superando em 14 vezes a de 2020.
Os dados foram revelados esta manhã, em conferência de imprensa, pelo presidente do conselho de administração (PCA) da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Miguel Monteiro, que enalteceu o facto de os emitentes terem visto o mercado de capitais como uma alternativa de financiamento aos seus projectos, sobretudo o PNUD que viu a BV como um parceiro estratégico do desenvolvimento de Cabo Verde.
Miguel Monteiro explicitou que grande parte dos recursos para a economia foi mobilizada através da emissão de títulos do tesouro, face aos efeitos da pandemia, ressaltando que a Bolsa de Valores se apresentou como alternativa ao Governo, sublinhando que em pouco mais de cinco meses realizou quatro operações de financiamento a entidades como Correios de Cabo Verde, Ecobank, ANMCV e RTC.
2°Melhor ano de sempre
Neste particular, Monteiro referiu que 2021 foi o segundo melhor ano de sempre em termos de emissão de empréstimos obrigacionistas na instituição que dirige, superado apenas em 2020 com seis emissões.
Quanto às operações realizadas na Central de Liquidação e Custódia (CLC) onde são processados eventos corporativos como juros, reembolsos e dividendos, a BV registou um total de 399 eventos relativos a processamentos de juros durante 2021, cujo montante atingiu os 3,5 mil milhões de escudos.
Em relação aos reembolsos, a CLC, afiançou Miguel Monteiro, processou um montante de 14,6 mil milhões de escudos, em 59 eventos, representando um aumento de 53,8% em relação ao ano anterior.
C/ Inforpress