O Governo de Cabo Verde manisfestou, hoje, a “total confiança” no ministro Paulo Rocha, que nos últimos dias viu seu nome, uma vez mais, envolvido no caso do assassinato do suposto assassino de aluguer Zezito Denti D´Oro, e disse esperar que “a verdade dos factos seja apurada“.
O posicionamento surge na sequência de uma notícia publicada por um jornal da praça, no passado 28 de dezembro, que aponta Paulo Rocha como investigado por homicídio agravado, tema que foi também levado ao Parlamento ontem, quarta-feira, pela bancada do PAICV.
Em comunicado chegado a esta redação, o Governo acusa o PAICV de “ligeireza e despudor” e tentativa de afetar a imagem interna e externa do executivo, bem como o bom nome do próprio ministro.
“Face à gravidade das acusações que visam denegrir o bom nome, a imagem, a dignidade e o profissionalismo da pessoa do Ministro da Administração Interna, cujas responsabilidades no país são elevadas, mas também visam manchar a idoneidade do Governo e do país, o Governo reitera a sua confiança nas instituições que compõem o sistema de Justiça, no seu funcionamento e capacidade para a realização de Justiça, e espera que a verdade dos factos seja sumamente apurada, para que a suspeição não perdure e para que os responsáveis sejam devidamente punidos”, declarou.
O Primeiro Ministro disse ainda que “mantém total confiança” no ministro Paulo Rocha, “pelo caráter e conduta exemplares” ao longo da sua carreira profissional e pelo trabalho desenvolvido no Governo, “não se deixando impressionar por quaisquer tipos de interesses ou pressões”.
Quanto à Polícia Judiciária, sublinhou, trata-se de uma instituição “credível e reputada”, que, ao longo dos seus 29 anos de existência, conquistou a confiança e o respeito dos cidadãos cabo-verdianos e o prestígio internacional junto das suas congéneres, pela “seriedade, objetividade e imparcialidade do trabalho diário desenvolvido, pela solidez dos resultados alcançados e pela ética que sempre colocou em todas as suas intervenções”.
“É do interesse nacional que a PJ continue a ser uma referência de confiança junto dos cidadãos e dos parceiros internacionais e o Governo assegurará que assim seja”, terminou.
O caso
No passado 28 de dezembro, veio à estampa, através do online Santiago Magazine, que o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, assim como “outros elementos da PJ”, estariam sendo investigados pelo Ministério Público, pelo crime de homicídio agravado, contra o suposto assassino de aluguer Zezito Denti D´Oro, tido como autor material do assassinato da mãe da inspectora Katia Tavares, em 2014.
O referido jornal cita o auto da inspecção e documentos de investigação criminal, a que diz ter tido acesso.
Após a notícia, o Ministério Público abriu uma investigação por indícios de violação do segredo de justiça em caso de homicídio.
A instituição também confirmou que corre termos na Procuradoria Geral da Comarca da Praia os autos de instrução registados na sequência da morte de uma homem de 39 anos, em 13 de outubro de 2014, em Cidadela, no âmbito de uma operação policial promovida pela Polícia Judiciária.
Entretanto, avançou que, não obstante as diligências realizadas, até à data, o Ministério Público não constituiu ninguém arguido, nem notificou o actual ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, para prestar quaisquer declarações nos autos, nem mesmo na qualidade de testemunha.
Na edição desta semana do impresso A Nação, dado hoje à estampa, pode conferir mais sobre este caso.