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Cazaquistão: Crise económica volta a custar um PM

A Crise agrava-se no Cazaquistão e acaba de fazer cair o Governo. Na sequência de protestos populares contra a escalada dos preços da Energia, o Presidente desta antiga República Soviética aceitou a demissão do Primeiro-Ministro (PM), Askar Mamin. 

Kassym-Jomart Tokayev incumbiu o até aqui vice- PM, Alikhan Smailov, para se manter à frente do Executivo interino e referiu, em Comunicado – a que pt.euronews.com teve acesso -, que os membros do Governo se manterão em funções até à formação de um novo Conselho de Ministros.

A decisão surgiu um dia depois do Presidente ter declarado Estado de Emergência no Cazaquistão, até 19 de Janeiro, com o objectivo de “garantir a Segurança da População da Região de Almaty”, a maior Cidade e Centro Económico do País, e onde se fizeram sentir os protestos mais incisivos.

Após o Decreto para “restaura a Lei e a Ordem”, Tokayev surgiu na Televisão, para pedir calma aos cidadãos descontentes.

“Os apelos a ataques contra os Gabinetes Civis e Militares são completamente ilegais. É um crime e irá ser punido. O Poder não vai cair”, afirmou o Chefe de Estado, remarcando que de “o  que precisamos não é de um conflito, mas de confiança mútua e de diálogo”.

Demissão 

Na Reunião sobre a Situação Sócio-Económica do País, em que demitiu o PM, Askar Mamin, o Presidente do Cazaquistão lembrou que a contenção da inflação está ainda por cumprir. “Esta tarefa será de suma importância para a próxima composição do Governo do País e do novo Chefe de Gabinete”, frisou Tokayev.

As Forças de Segurança do Cazaquistão revelaram, entretanto, ter detido mais de 200 pessoas “por violações de Ordem Pública” e disseram que 95 de Agentes da Polícia resultaram feridos das manifestações ocorridas em diversas cidades daquela antiga República da União Soviética.

Os protestos em Almaty motivaram, inclusive, uma repressão policial com recurso a gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento.

A Revolta Popular terá começado no domingo, 2, instigada por um aumento do preço do Gás Natural Liquefeito (GNL). Terá começado em Janaozen, uma Cidade no Ocidente do Cazaquistão, mas, rapidamente, se espalhou pelo País e com consequências no Governo.

O Executivo ainda tentou acalmar os ânimos com uma redução no preço do litro de GNL para 50 tenge (cerca de 0,1 €) dos 120 tenge implementados para o início deste Ano, mas sem sucesso.

A Televisão cazaque noticiou, ainda, a prisão do director e de um outro funcionário de uma Fábrica de Gás, na Região de Mangystau, onde se localiza Janaozen, por alegado “aumento do preço do Gás, sem razão”.

Entretanto, o Primeiro-Ministro caiu.

Quem é Askar Mamin 

Membro do Partido “Nur Otan”, actualmente no Poder, Askar Mamin chefiava o Governo Cazaque desde Setembro de 2016, depois de ter liderado a Companhia Estatal de Caminhos-de-Ferro e ter sido promovido a PM interino, após a demissão de Bakhytzhan Sagintayev, pelo então Presidente Nursultan Nazarbayev. Já na altura, devido à Crise económica.

O Cazaquistão teve Eleições Legislativas em Janeiro do ano passado, ganhas por larga maioria, pelo “Nur Otan” (72 por cento dos votos), com Mamin a manter-se no Poder Executivo, com o apoio de Nazarbayev, mas, agora, Torkayev volta a precipitar Eleições Legislativas, as nonas desde a Independência do Cazaquistão, um País rico em Petróleo e descrito como autoritário.

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