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Povo nas ruas: Oposição denuncia “massacre” no Sudão

Imagem: dw

Perto de 20 manifestantes foram mortos pelas Forças leais ao general Abdel Fattah al-Burhan. Foi o dia mais sangrento no Sudão, desde o Golpe de Estado Militar de Outubro passado. Apesar do novo Governo ter cortado todas as comunicações naquele País Africano, milhares de pessoas saíram às ruas.

Os manifestantes protestavam, quinta-feira, 18 – reporta pt.euronews.com -, contra a tomada de Poder, que suspendeu, em Outubro, a Transição Democrática, iniciada em 2019, após 30 anos de Ditadura de Omar al-Bashir.

Um dos movimentos que liderou a Revolta, na altura, a Associação dos Profissionais Sudaneses, classifica o que aconteceu em Cartum – A Cidade-Capital do País -, como um “massacre”.

Acusa, também, o Governo, de “crimes contra a Humanidade” e as Forças no terreno de “assassínios premeditados”.

Por sua vez, o Sindicato dos Médicos pró-Democracia confirma a intencionalidade. Diz que as vítimas foram atingidas “na cabeça, pescoço ou tronco” e que os feridos foram perseguidos até aos Hospitais. Há vários relatos de granadas de gás lacrimogéneo atiradas contra ambulâncias e hospitais.

Repercussão

Magdy Mohamed Osman, investigador da “Human Rights Watch” no Sudão, considera que os incidentes mostram que os militares levaram “a tomada de Poder” a um novo nível. Ainda ele, as Forças de Segurança empregaram “níveis extremos de brutalidade” contra os manifestantes, incluindo ataques a instalações hospitalares.

A principal diplomata dos Estados Unidos da América (EUA) para a África, Molly Phee, condenou a violência contra os manifestantes e apelou ao “respeito e protecção dos Direitos Humanos no Sudão”.

A Secretária de Estado Norte-Americana-Adjunta para os Assuntos Africanos está em Cartum, e, nos últimos dias, multiplicou-se em contactos para tentar retomar o Processo de Transição Democrática. Molly Phee, já reuniu-se com o General Burhan e com o Primeiro-Ministro deposto, Abdallah Hamdok, que está em prisão domiciliária desde o Golpe. Mais de uma centena de funcionários e membros do Governo foram detidos depois do 25 de Outubro.

O líder do Golpe Militar parece não ter qualquer intenção de recuar: fez-se eleger, recentemente, como chefe da mais alta instituição da Transição, o Conselho de Soberania, composto, agora, apenas por militares ou civis abertamente pró-armamento.

O General Burhan continua a prometer Eleições, em 2023, e reafirma que apenas agiu para “corrigir a Trajectória da Revolução”.

O Golpe tem atraído críticas internacionais, nas últimas três semanas. Os EUA suspenderam o Pacote de 700 milhões de Dólares (perto de 618 milhões de Euros) em Assistência Financeira Directa.

O Banco Mundial também suspendeu os apoios para as operações no Sudão, cuja Economia tem sido atingida por anos de má-gestão e sanções.

As mortes desta semana elevaram para quase 40, o número de óbitos, desde o Golpe de 25 de Outubro.

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