A Associação de Guias do Turismo de Santo Antão (Aguisa) lamentou hoje a morte de um turista francês, no Porto Novo, que aconteceu ontem, enquanto fazia trekking, alertando que “o turismo tem de estar ajustado com a segurança”, pelo que urge a manutenção dos caminhos vicinais.
“Lamentamos este acidente e estamos solidários com os familiares do turista e desejamos força ao guia de serviço. O turismo tem de estar ajustado com a segurança”, sublinhou Odair Gomes, para quem “a manutenção dos caminhos vicinais precisa-se”, em Santo Antão.
O turista, de 68 anos, de nacionalidade francesa caiu, este domingo, num penhasco na localidade da Ribeira das Patas, tendo ficado “ferido gravemente”, acabando por falecer após dar entrada nos serviços de urgência do centro de saúde do Porto Novo.
A associação diz que tem alertado para o “péssimo estado” de alguns caminhos vicinais, que fazem parte do itinerário turístico na ilha, representando “riscos para a vida dos turistas”.
Além disso, estes acidentes mortais acabam por trazer má imagem para o destino turístico.
Segurança urge
Este é o segundo acidente em apenas três meses envolvendo turistas que chegam a Santo Antão para a prática de “trekking” (caminhadas em trilhas), o principal produto turístico desta ilha.
Em agosto passado outro acidente aconteceu na localidade de Caibros, na Ribeira Grande, envolvendo um turista, cuja nacionalidade não foi revelada, tendo sido socorrido por populares.
Nessa altura, os guias turísticos chamaram atenção das câmaras municipais para a necessidade de procederem à recuperação dos caminhos vicinais, que ficaram danificados durante as cheias de 2016.
Os guias têm, também, alertando para a situação do caminho que liga Monte Trigo a Tarrafal, onde já houve acidentes fatais envolvendo turistas.
As trilhas “não estão em melhores condições”, admite a CM
A Câmara Municipal do Porto Novo admite que os caminhos vicinais neste município “não estão em melhores condições”, tendo submetido, na semana passada, ao Banco Mundial um programa de manutenção de 50 km de vias que formam as rotas turísticas, neste concelho.
Saliente-se que a França, até à chegada de pandemia de covid-19, era o principal mercado emissor do turismo para Santo Antão, que tem no “trekking” o principal produto.
C/Inforpress