O presidente do Sindicato Nacional da Polícia Nacional (Sinapol) disse hoje que as comemorações dos 151 anos da instituição são uma oportunidade para o Diretor Nacional e o Ministro pedirem desculpas aos operacionais e policiais do país, pela não promoção dos operacionais da corporação. O mesmo mostrou-se ainda preocupado com o excesso de carga horária.
“Seria uma grande oportunidade para o Diretor Nacional e o Ministro pedirem desculpa aos operacionais e policiais deste País (…) de facto foram promovidos somente os oficiais da polícia”, indicou o presidente do Sinapol, José Barbosa.
Segundo o sindicalista, deviam estar preocupados com as questões “muito sérias” que foram levantadas pelo Sinapol, designadamente o excesso da carga horária, que “para além de ilegal é absurda”, as transferências internas e a “sistemática loucura” de perseguição dos sindicalistas.
Barbosa apontou o que classifica de “desconsideração” dos sindicatos e dos direitos e interesses do pessoal da Polícia Marítima, a negação dos direitos a subsídio da Guarda-fiscal. Ainda, o “tabu” que paira sobre o Serviço Social e uma ausência sobre a aprovação dos Novos Estatutos da Polícia Nacional (PN).
“Tudo isto é um mar de problemas que deviam merecer muita atenção do Diretor Nacional e sobretudo do ministro da Administração Interna”, reforçou.
Promoção não abrangeu os operacionais devido a limitações orçamentais
Já o diretor da Polícia Nacional, Emanuel Estaline Moreno, reiterou que as promoções efetuadas não vão ter impacto no orçamento da instituição, “por não ser possível promover todos os efetivos”.
“São promoções sem impacto no orçamento e, por outro lado, ultrapassada esta fase contamos poder continuar com o processo de realização das promoções, de forma a resolver as pendências”, esclareceu.
Em relação à carga horária, Estaline Moreno reconheceu que tem havido “esforço e sacrifício” dos efetivos, apontando que se trata de uma questão que vai ser resolvida “paulatinamente”.
“Neste momento está a decorrer mais um concurso para recrutamento de mais 120 agentes, de forma a conseguirmos fazer face às necessidades”, informou, lembrando que todos os anos saem efetivos para a reforma e por outros motivos.
“Por isso tem havido um esforço do Governo no sentido de dotar a polícia dos meios para poder fazer face à questão dos horários”, ajuntou o diretor da PN.
Governo quer uma Polícia mais vigilante, atuante e pressionante
No discurso de comemoração dos 151 anos da corporação, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, apontou que o país precisa de uma PN “mais vigilante, atuante e pressionante” para melhorar a “qualidade e consistência” dos resultados.
“Os resultados existem e falam por si. A qualidade e a consistência dos mesmos podem e devem melhorar”, indicou o governante, enaltecendo o desempenho dos funcionários da PN pelo trabalho diário.
C/Inforpress