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Artes Plásticas

“Duas Mãos”, desenhos de Isãiazz Garciã e Dionick Silva, na Casa Cor-de-Rosa

Decorre no Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), na cidade da Praia, uma exposição de desenhos, “Duas Mãos”, de Isãiazz Garciã e Dionick Silva, ambos da ilha de Santiago. Os desenhos, que nas suas versatilidades espelham a cultura e o povo das ilhas, vão estar patentes ao público até o dia 16 deste mês de Novembro, na sede do IILP, Casa Cor-de-rosa, no Platô.

 Segundo a curadoria, a mostra dos trabalhos de Isãiazz Garciã (natural de São Lourenço dos Órgãos) e Dionick Silva (de Santa Cruz) obedeceu a duas linhas forças. Nomeadamente, “apresentar ao público praiense dois jovens artistas emergentes, com experiências artísticas e percursos distintos” e “celebrar o desenho como uma das artes visuais mais importantes, apesar de a vermos quase sempre ‘diminuída’, atrelada à pintura, quando, paradoxalmente, é esta sua tributária, e não o contrário”.

“Tentamos que esta exposição não fosse entendida como um confronto de talentos ou uma comparação de técnicas, mas sim um encontro e um diálogo, no sentido estético amplo, de duas expressões artísticas, onde se apõem, e não se opõem, técnicas, vocabulários, semânticas, ideias e linguagens diferentes”, explica o curador José Cunha, no catálogo da exposição patente na sede do IILP.

As “duas mãos”

Assim, “Duas mãos” apresenta a maturidade artística e um elevado apuro técnico destes dois jovens, com duas formas diferentes de olhar, interpretar e fixar a diversidade do (seu) mundo, dando a conhecer os seus trabalhos e abrir portas a disciplinas artísticas.

Nesta exposição, Isãiazz apresenta um conjunto de sete obras de média dimensão, centradas em temas do quotidiano crioulo, particularmente do santiaguense, embora procure “celebrar o universo da mundividência cabo-verdiana”, traduzido no poema “SABADJUDA” inserido neste catálogo. O artista encara a sua obra e o seu percurso como um processo evolutivo, de constante aprendizagem e apuro técnico, em que cada nova obra constitui um desafio à anterior, como é próprio de um autor autodidata exigente.

Já Dionick, com um conjunto de 10 trabalhos de pequena e média dimensão, a grande maioria constituídos por retratos, apresenta-se como um “apaixonado observador da beleza feminina”, com um traço delicado e rigoroso nos detalhes, exímio nos pormenores e nas tonalidades. A “aparente facilidade” nos domínios técnicos, do traço, da composição e da construção das figuras, revelam um jovem pleno de talento e maturidade, pronto a enfrentar desafios mais exigentes. 

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