Os técnicos da Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais – Colmeia, assim como colaboradores das Aldeias SOS e do ICCA, terminam hoje uma formação em comunicação alternativa para pessoas com deficiência. Estes profissionais detém, agora, novas ferramentas que permitem comunicar com pessoas que não têm linguagem verbal.
A formação consiste em fornecer ferramentas de comunicação alternativas, para empoderar pessoas com deficiência e permitir que elas se comuniquem através destas ferramentas.
“São um conjunto de ferramentas para utilizarmos naquilo que nós chamamos de comunicação aumentativa, ou seja, softwares e regras específicas para que os técnicos fiquem capacitados para poderem comunicar com pessoas que não tem linguagem verbal”, explicou uma das formadoras do Instituto Politécnico de Leiria, Célia Sousa.
Segundo precisou, a comunicação está implícita no ser humano. Entretanto, existem pessoas com deficiência, que não têm essa capacidade devido a uma lesão ou a alguma coisa que possa afetar o seu desenvolvimento.
Autonomia
E é pensando nestas pessoas que existe, hoje, um conjunto de ferramentas que lhes permitem comunicar, utilizando tanto softwares, como uma simples folha de papel, através de códigos pictográficos e com imagens.
Com essas ferramentas, ganham autonomia para expressarem as suas necessidades, como querer ir à casa de banho, querer comer, estar a sentir-se mal, precisar de ajuda, etc.
Para esta formadora, a semente já está lançada em Cabo Verde e o seu sucesso vai depender, agora, da sua utilização, desde já, para que se possa tornar efetivo, assim como já é em várias partes do mundo.
Colmeia melhor preparada
Para a presidente da Colmeia, Isabel Moniz, trata-se de uma formação importantíssima, que vai permitir trabalhar com pessoas com vários tipos de deficiência, o que já era uma necessidade na instituição.
“Nós precisávamos de ter essas respostas. É uma ferramenta que pode ser utilizada com qualquer pessoa que esteja na condição de deficiência, como alguém que teve um AVC ou perdeu as faculdades por algum outro motivo”, explicou, acrescentando que as novas ferramentas são um marco importante para a inclusão dos jovens e crianças com as quais trabalham.
A Colmeia sai desta formação, segundo disse, preparada para dar uma melhor resposta, tendo em vista que a comunicação tem sido uma das maiores dificuldades da associação.
A Associação trabalha com uma população de quase 500 crianças e jovens em condição de deficiência.
Um dos seus maiores desafios no momento, segundo Isabel Moniz, é o financiamento para manter sete técnicos que trabalham na instituição e que dão resposta a toda a população das ilhas e do interior de Santiago.