O Governo vai avançar com a modalidade de renda resolúvel, para as moradias do programa “casa para todos”, que não conseguem ser vendidas, anunciou hoje, 27, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
No total são mais de mil casas que estão fechadas há vários anos, que, segundo Ulisses Correia e Silva, devido a problemas de mercado, já que são habitações da classe B e C que inicialmente foram construídas para venda livre no mercado.
“Há um problema de mercado, de facto, porque essas casas não conseguem ser vendidas. Tem problemas de localização. Então, nós estamos a adoptar uma solução definitiva que é a introdução da renda resolúvel para facilitar a ocupação dessas casas”, disse o primeiro-ministro.
O chefe do Governo respondia às questões dos deputados no debate parlamentar sobre o “Desenvolvimento Sustentável de Cabo Verde”, relacionadas com o problema da habitação.
Não resolve o problema
Ulisses Correia e Silva disse, entretanto, que é preciso ter-se em atenção que essas moradias do programa “Casa para todos” que vão ser afectadas às pessoas, não resolve o problema da habitação em Cabo Verde, tendo em conta o alto défice habitacional, cuja resolução exige avultados recursos, que precisam ser mobilizados.
“Para além do défice habitacional que abrange cerca de 11 mil famílias em Cabo Verde, o grande problema da habitação está na segurança habitacional – 62.600 famílias. Isto em termos de necessidade de investimentos se colocarmos em cada casa para reabilitar com mínimo de 500 a 800 contos teríamos de ter pelos menos 30 milhões ou 50 milhões de contos para investir e esse valor tem de ser mobilizado”, disse.
Ulisses Correia e Silva afirmou que há muitas famílias que se debatem com essa situação porque não têm rendimento suficiente para fazer intervenção nas suas casas, exigindo, por isso, um esforço da parte do Estado, do poder público e das famílias.
Por isso indicou que o Governo está a trabalhar nessa realidade, para poder ir dando a resposta, estando já algum trabalho feito no âmbito do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidades (PRRA).
C/ Inforpress