Adelti de Barros, 26 anos, é um exemplo de resiliência e espírito empreendedor, para driblar as adversidades da vida. Residente em Achada de São Filipe, na Praia, depois de perder a mãe há dois anos atrás, viu-se responsável pela família, em especial pelo irmão mais novo, hoje com 16 anos. Para conseguir “dar conta do recado” decidiu apostar no bolo de pote.
Adelti é uma jovem sorridente com muita esperança no olhar e muitos sonhos pela frente. Apesar das adversidades que a vida lhe tem colocado, não gosta de ser vitimizada e enfrenta tudo com um espírito de resiliência.
“Depois que a minha mãe morreu a minha vida transformou-se numa montanha russa”, recorda Adelti de Barros.
De certa forma sozinha, e com um irmão mais novo para tomar conta, a jovem teve de “encontrar uma forma de conseguir um rendimento” e garantir que o irmão “continuasse com os seus estudos”.
Da ideia à prática
Foi neste período que uma amiga lhe ofereceu a receita de um bolo de chocolate. Inicialmente, fazia o bolo para consumo familiar, até que uma prima lhe deu a ideia de fazer bolo de pote para vender.
“A receita veio de uma amiga muito querida, Paloma Marques, para além da receita ensinou-me alguns truques para o recheio”, recorda.
“Até hoje sou bastante grata”, desabafa a jovem, realçando ainda que, num momento onde muitas pessoas só se preocupam consigo mesmas, teve, e tem, pessoas que a apoiam e ajudam no que precisa.
Adelti confessa que, apesar de ter iniciado a produção e venda há cerca de um mês, já conseguiu “fidelizar alguns clientes”, e vê isso como a prova de que o seu trabalho “caiu na graça das pessoas”.
“É muito gratificante ver que gostam do meu produto e que fazem questão de me dizer”, congratula-se.
A jovem relembra que quando iniciou a produção, a sua maior dificuldade foi mesmo “em dar o primeiro passo”.
Mas, agora, outras dificuldades aparecem. “Está a ser bastante difícil arranjar recipientes para armar os bolos”. Um constrangimento que, segundo diz, chega a influenciar no preço final do produto.
Empregar mais pessoas
Neste momento, Adelti trabalha sozinha, mas o objectivo é trabalhar cada vez com mais afinco para “conquistar” mais espaço no mercado e, no futuro, quiçá, poder empregar mais pessoas.
Adelti não esconde que já viveu momentos “difíceis” mas garante que nunca pensou em desistir porque “a vida é feita de luta” e ela tem por quem lutar, e de onde tira as forças necessárias para “enfrentar e vencer” cada desafio existente ou que possa vir a existir.
“A minha força vem de querer uma realidade diferente para o meu irmãozinho, de garantir que nada lhe falte nem atrapalhe os seus estudos, ele é a minha fortaleza”, conclui.