104 Observadores internacionais estão neste domingo, 17, no terreno para acompanhar as eleições presidenciais que arrancam oficialmente às 8 horas de hoje, com a abertura das assembleias de voto espalhadas pelo país.
Segundo a presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Maria do Rosário Gonçalves, estão em Cabo Verde observadores da União Africana (UA), da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) e mais três dos Estados Unidos de América, com exceção dos observadores da Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa (CPLP) que desta vez não estarão presentes.
“De 2010 a esta parte, já fizemos muitas eleições e nos vários relatórios que temos verificamos, nomeadamente fenómenos sociais e políticos que não conseguimos enquadrar na lei eleitoral de forma adequada”, indicou Maria do Rosário Gonçalves, citado pela Inforpress.
Segundo a mesma, nota-se a necessidade de uma revisão do actual Código Eleitoral, que data de 1999, embora tenha sofrido “algumas alterações pontuais”, sendo que a última aconteceu há 11 anos.
Aumento de interesse na participação política
As últimas eleições autárquicas e, agora, as presidenciais, observou a presidente da CNE, vêm demonstrando que há um aumento de interesse na participação política.
“Quanto maior número de candidatos, estes ficam com cada vez menos tempo nos órgãos de comunicação social, porque é necessário fazer uma repartição igualitária”, notou, adiantando que, por isso, é necessário aumentar o tempo de antena, mas isto só é possível com a revisão do Código Eleitoral.
Instada sobre a distribuição dos materiais para as eleições, garantiu que os “normais e os mais sensíveis”, como os boletins de voto já foram entregues aos delegados da CNE.
Entretanto, a nível do estrangeiro, informou, a única preocupação relaciona-se com o material destinado a Angola que registou um “pequeno atraso, por causa do cancelamento de um voo com destino a Luanda”.
“O material chega a Luanda a tempo de ser enviado para outros pontos do território angolano”, garantiu a presidente da CNE.
Segurança
Quanto à possibilidade de ataques de hackers durante a contagem de votos, Maria do Rosário Gonçalves descarta esta hipótese, porque, conforme explicou, não é possível, uma vez que a contagem é manual.
“Queremos assegurar a todos os cabo-verdianos que isto [ataques de hackers] no sistema cabo-verdiano não é possível, porque Cabo Verde não tem o sistema de voto eléctrónico”, asseverou.
Em relação às queixas entradas no CNE, avançou que se verificou um “número significativo”, sobretudo sobre a propaganda gráfica eleitoral, assim como outras concernentes à violação do dever de “neutralidade e imparcialidade” por parte dos membros do Governo nas campanhas.
“Todas as queixas apresentadas foram objecto de deliberação por parte da CNE”, garantiu.
c/Inforpress