Por determinação da ARME, os condutores e proprietários de hiaces adiaram o aumento de 50 escudos no percurso Assomada/Praia e vice-versa, mas garantem que vão continuar a luta para aumentar os preços tendo em conta o aumento do preço dos combustíveis.
A decisão da ARME não agradou aos proprietários de hiaces que justificaram a medida, tendo em conta os sucessivos aumentos nos preços de combustíveis e de peças de automóveis. Segundo os proprietários, o aumento de 50 escudos é inevitável.
“Os combustíveis, as peças de carro e todos os produtos estão a subir de preço, nos últimos dias, e isso tem complicado o nosso trabalho”, disse à Inforpress o proprietário de hiace João Paulo.
É que, segundo a mesma fonte há dias que colocam as suas viaturas nas filas mas, por excesso de carros, ficam sem transportar passageiros, passando a fila para o dia seguinte.
Hiacistas prometem paralisar viaturas
João Paulo informou que os condutores que não defendem este aumento são os que não são proprietários e que não sabem os custos com a manutenção e outras despesas com as viaturas.
No entanto, o também condutor assegurou que os proprietários não desistiram desse aumento de 50 escudos no percurso Assomada/Praia e vice-versa, avisando que se as autoridades competentes, mormente ARME e Direcção-geral dos Transportes Rodoviários (DGTR), não agilizarem para que tal aconteça que vão paralisar as suas viaturas, como forma de protesto.
ARME desaprova
Esta terça-feira, 12, após o anúncio do Sindicado Nacional dos Condutores Profissionais (SINCOP) sobre a entrada de nova tabela de preços no percurso Assomada/Praia e vice-versa, a ARME emitiu um comunicado desaprovando a fixação unilateral de novos preços de viagens interurbanas de passageiros.
No mesmo comunicado, a ARME estranha tal medida por “carecer de qualquer suporte jurídico e justificação económica” e informa que a nova tabela de preços não é de “cumprimento obrigatório” por parte dos passageiros.
“Na verdade, o SINCOP, na sequência de vários encontros com a Agência Reguladora, sabe que cabe à ARME fixar os preços em referência, uma vez criados os mecanismos e instrumentos adequados para o efeito, nomeadamente o Regulamento Tarifário”, lê-se no comunicado.
O documento refere que o actual quadro legal precisa ser ainda revisto, para permitir a adequação dos estatutos da ARME com a legislação sectorial, tendo a instituição e a DGTR enviado ao Governo, para aprovação, uma proposta de revisão da lei.
“A ARME espera, a muito breve trecho, ver entrar em vigor esse novo diploma legal, o qual, com certeza, irá concluir o Regulamento Tarifário e a fixação dos preços dos serviços de transportes colectivos urbanos e interurbanos de passageiros, em moldes mais bem definidos”, assegura a ARME.
De acordo com a nova tabela de preços, introduzida unilateralmente pelos hiacistas, o percurso Assomada/Praia e vice-versa sofreria um aumento de 50 escudos, ou seja, passaria de 250 para 300.
“O aumento do preço deve-se aos sucessivos aumentos de combustíveis, o aumento do custo de vida e a insustentabilidade do próprio serviço de transportes colectivos interurbanos de passageiros que prestamos”, justificou a Associação dos Hiacistas de Santa Catarina que contou com “forte apoio e suporte” do Sindicato Nacional de Condutores Profissionais.
C/Inforpress