O candidato às presidenciais de 17 de Outubro, Gilson Alves, alertou ontem que os jovens imigrantes oriundos da costa africana sentem “falta de compreensão” da parte dos cabo-verdianos e de serem reconhecidos como cidadãos.
Segundo Gilson Alves, os jovens do Senegal, por exemplo, disseram que “não têm sentido se os cabo-verdianos os têm compreendido e reconhecido como plenamente integrados na cultura cabo-verdiana”.
“E aquela falta que nós temos cometido e que temos de fazer mea-culpa é que não temos tido alguém que sintonize com eles. Os jovens da África também precisam de liderança e Cabo Verde tem uma responsabilidade africana”, sustentou, admitindo que o País tem a responsabilidade de ativar toda a massa juvenil africana e provocar mudanças.
No sentido, asseverou, a aposta a ser feita é em “mudar África, depois de mudar Cabo Verde”, inclusive, “mudando a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)”.
Quanto à questão de documentação dos imigrantes, Gilson Alves defendeu ser preciso “converter as pessoas, imediatamente, e acrescentar um milhão de pessoas na economia digital”
“Demografia é destino e quando há mais gente, há mais economia e mais dinheiro a circular e um País é mais rico”, realçou.
Emigrantes da ilha “traídos” pelo Governo
Em campanha do Fogo, Gilson Alves levou a sua marcha à zona do Congresso, São Filipe, onde após várias conversas com os emigrantes da ilha, sobretudo nos Estados Unidos da América, considerou que estão a ser “traídos” pelo Governo, sentindo-se “muito injustiçados”.
“Se não houvesse emigrantes, Fogo não existiria”, sustentou, admitindo ser um “tema bastante importante” e está determinado a desenvolvê-lo, defende o candidato que diz apostar no regime presidencialista, caso venha a ser elito.
14.º dia de campanha a “marcha” regressa à ilha de Santiago
Gilson Alves deixa a ilha do Fogo hoje numa viagem de barco de cerca de quatro horas rumo à Santiago, onde terá como primeira paragem, logo após o desembarque, o berço da cabo-verdianidade, a Cidade Velha e, mais tarde, encetar contactos no bairro da Terra Branca.
Recorde-se que estas são as sétimas eleições presidenciais de Cabo Verde, desde 1991, ano em que pela primeira vez a escolha do PR passou a ser feita pelo voto direto, universal e pluralista.
A eleição para o Presidente da República que irá suceder a Jorge Carlos Fonseca, no cargo, acontece no próximo dia 17 de outubro e concorrem sete candidatos: Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Alberto Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.
C/Inforpress