O candidato presidencial Gilson Alves, que não conseguiu encetar contactos de campanha em São Nicolau, devido a constrangimentos relacionados com os transportes, afirmou estar com o povo de São Nicolau e com a “sua dor”, devido precisamente à saga que a ilha passa por causa dos transportes.
Estas considerações foram tecidas por Alves , já no cais do Tarrafal, onde chegou por volta da 01h30 desta quarta-feira, 6, após uma viagem de cerca de sete horas de São Vicente, agravada, conforme noticia a Inforpress, por um atraso de mais de três horas na saída do Porto Grande, no Mindelo, causando constrangimentos aos seus planos de candidato e aos utentes.
Nesse sentido, o candidato voltou a fazer ver a necessidade da “rota presidencial” para as campanhas, conforme já havia defendido no início de campanha.
Uma proposta que, assegurou, vai “aprofundar mais” no segundo debate promovido pela Rádio e Televisão públicas (RTC) no domingo, 10, na Praia, reunindo os sete candidatos.
“E esta companhia que tem uma concessão de 20 anos ou outra que vier vai ser obrigada por lei a disponibilizar um serviço para a campanha presidencial, porque é completamente inaceitável e um desgosto passarmos por algo deste tipo”, asseverou.
Mensagem de apoio ao povo de São Nicolau
Mesmo assim, Gilson Alves conseguiu contactar alguns passageiros de São Nicolau, no barco, que o acolheram com “bastante simpatia”.
“Quero dizer aos outros, que não vi e que não pude cumprimentar que estou com eles, embora não possa estar presencialmente com eles devido a essa situação”,disse, lembrando que São Nicolau tem também o aeroporto “desactivado” neste momento.
Gilson Alves disse ainda sentir a “dor” dos sanicolauenses, que ainda enfrentam um outro problema relacionado com a transferência médica de doentes.
“São evacuados de forma medíocre, com perigo para as suas vidas e ainda são obrigados a pagar as passagens do seu bolso, para depois serem reembolsados pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social)”, explicou. Um doente que não tem dinheiro para pagar a sua passagem, criticou, “fica sem entrar num barco”.
“Estou com eles e espero que se eu for eleito não tenham que passar por isso nunca mais”, reiterou. “Porque, são cabo-verdianos como nós, esta é a terra de Morgadinho, de Paulino Vieira para estarem cortados dessa maneira e tão perto de São Vicente”.
9º dia em Santiago
Depois de aportar no Tarrafal de São Nicolau, com atraso que nem permitiu contatar a população, e de uma viagem de cerca de 10 horas para a ilha do Sal, Gilson Alves aportou no Porto da Palmeira, por volta do meio-dia, de quinta-feira,7, encetado contactos com alguns moradores.
De seguida será a vez de Santiago, neste périplo de três dias para abarcar quatro ilhas.
Recorde-se que estas são as sétimas eleições presidenciais de Cabo Verde, desde 1991, ano em que pela primeira vez a escolha do PR passou a ser feita pelo voto directo, universal e pluralista.
A eleição para o Presidente da República que sucederá a Jorge Carlos Fonseca, no cargo, acontece no próximo dia 17 de Outubro e concorrem sete candidatos: Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Alberto Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.
c/Inforpress