A escritora e poetisa, Vera Duarte, lança nesta sexta-feira,8, a sua mais nova obra intitulada “A Vénus Crioula”, no auditório do BCA, em Chã de Areia, cidade da Praia.
O lançamento, a cargo de Norma Lima e Tété Alhinho, está marcado para às 18 horas, sob a chancela da Rosa de Porcelana Editora.
O livro retrata, segundo a editora, a história da “Vénus de Botticelli”, uma bela jovem, negra e nua, de rebeldes cabelos soltos, nascendo numa concha-útero, uma figura não silenciosa, como a do quadro, mas dotada de uma voz encantatória, como a das sereias.
“No entanto, ao contrário destas, não é um ser maléfico, mas uma deusa benfazeja, como Iemanjá: mulher-milagre, cúmplice de todas as mulheres, mãe, filha, irmã, amante, artista, a nova mulher africana, forte e poderosa, nascendo de gerações e gerações de mulheres sofridas, exploradas, emudecidas e martirizadas, não só pelos colonialistas europeus como pelas suas próprias culturas nativas”, lê-se na sinopse.
“A Vénus Crioula” apresenta características “sem dúvida” frequentes nas gentes de Cabo Verde (e não só), que, através de naufrágios, perdas, desespero, infortúnios e mortes, “não perdem o dom da humanidade nem o dom do amor e da esperança”.
Sobre autora
Vera Valentina Benrós de Melo Duarte Lobo de Pina, mais conhecida por Vera Duarte, nasceu no Mindelo em 1952 e integra o grupo de escritores cabo-verdianos com maior ressonância internacional.
A sua escrita tem sido reconhecida por críticos de renome, estudada em várias universidades e distinguidas com prêmios internacionais, de entre eles o Prémio Tchicaya U Tam’si de Poesia Africana.
A sua vida literária está enraizada ao seu ativismo literário-cultural, iniciado em tertúlias enquanto estudante de Direito em Portugal e em participações no jornal Voz di Povo e na Revista Raízes, em Cabo Verde.
Vera Duarte estreou como autora em 1993, com o livro de poesia “Amanhã Amadrugada”. De seguida, foram vindo outra e outras.
Lançou “O arquipélago da paixão” em 2001, “Preces e súplicas ou os cânticos da desesperança” em 2005, “Exercícios poéticos” em 2010, “A candidata” em 2003, “Construindo a utopia” em 2007, “Matriarca: Uma história de Mestiçagens” em 2017, e Risos e Lágrimas em 2018.
Em 2019, publicou através da Rosa de Porcelana Editora a sua antologia poética “A Reinvenção do Mar” até que veio agora “A Vénus Crioula”.
Há dias, Vera Duarte foi distinguida com o Prêmio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia 2021 em uma cerimônia que coincidiu com o seu 69º aniversário.